terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia do Automóvel no Brasil (2)

No último dia 13 de maio comemoramos o Dia do Automóvel no Brasil, como falamos em 2010 na matéria publicada aqui, relatando o começo da nossa história . Em continuidade focamos atenção para os grandes lançamentos do final da década de 60, onde realmente a indústria automobilística brasileira iniciou sua grande trajetória na fabricação dos automóveis de passeio, ativando a feroz concorrência das montadoras americanas com as já existentes. Algumas montadoras instaladas no Brasil foram absorvidas por outras que queriam expandir suas atuações ou entrar de vez no mercado nacional. A brasileira Vemag foi comprada pela Volkswagem em 1966; a francesa Simca pela americana Chrysler também em 1966; a americana Willys Overland pela conterrânea Ford em 1967; a brasileira FNM - Fábrica Nacional de Motores para a italiana Alfa Romeo em 1968; a japonesa Toyota continua na linha de utilitários, assim como a GM, que em 1969 iniciou a fabricação de automóveis. Em 1968 também surgia aquele que seria consagrado como o esportivo brasileiro, ganhando o caminho do mundo: o Puma GT com mecânica VW.
Uma época de euforia nacional, que começou nas mãos de Juscelino Kubitschek em 1955 e acontecia em plena ditadura militar. Os investimentos eram altos e as perspectivas de um grande mercado surgia na América do Sul. Isso ajudou o desenvolvimento da Puma, que não tinha concorrentes nacionais, somados a grande estrela que ela sempre teve, por reunir homens capazes, profissionais de gabarito e de quebra alguns "gênios" da engenharia.
Em 1969 a Volkswagen vinha com seu sedan 1600 4 portas, um projeto perfeito para o Brasil, que não souberam esperar seu tempo e na hora que começava ser aceito no mercado, a fabrica suspende sua fabricação.
A GM começava bem, com o belo Chevrolet Opala derivado do Opel alemão, mostrando assim que a influência europeia para modelos de automóveis era forte no Brasil.
Aproveitando o projeto desenvolvido pela Willys em conjunto com a Renault baseado no modelo Renault 12, a Ford lança o Corcel em 1968, somente com a opção de 4 portas.
Também aproveitando o projeto anterior da Simca do Brasil, a Chrysler melhora o produto, colocando no mercado sua linha de automóveis. Em 1969 lança o esportivo GTX, baseado no luxuoso Esplanada, que fez um grande estrondo no meio automobilístico, mas suas vendas não foram grandes devido ao alto preço.
Com detalhes nunca visto na indústria nacional, o GTX marcava uma fase no Brasil.
A esportividade era levada a sério também em seu interior.
O Esplanada era para um público mais sofisticado, que buscava luxo e conforto, com características bem americanas.
Também era oferecida a opção mais simples: o Regente.
A Alfa Romeo iniciava sua administração na FNM, investindo em tecnologia e conforto. O FNM 2000 Timb (Turismo Internacional Modelo Brasileiro) lançado em 1966 recebia melhorias e era muito apreciado pelos esportistas, numa época em que e o automóvel era diretamente ligado ao automobilismo.
A Ford que já fabricava utilitários e caminhões no Brasil, com a aquisição da Willys ampliou sua linha de produtos no segmento de utilitários e automóveis. Junto com o Ford Galaxie vieram somar o Corcel...
...o Itamaraty e...
...o Aero-Willys, concorrente direto dos antigos Simca e depois o Esplanada.
A linha popular nesse época deu uma grande queda de ofertas. Com a paralisação do Belcar DKW (1966) e do Gordini (1967), o Fusca reinou sozinho. O novo lançamento da Ford, o Corcel que substituiu o Gordini ficou em uma categoria superior.
E na linha Volkswagen a única novidade para essa avalanche de lançamentos era apenas o VW1600 4 portas.
O automobilismo também comemorava com os novos modelos que surgiam. Iniciava a fase dos produtos nacionais em competições e os protótipos, os grandes ícones das pistas, aos poucos deixariam o estrelado, como o Bino #47 e ...
...o Fitti-Porsche.
E começava o trabalho de desenvolvimento dos nossos automóveis nas pistas, com a inclusão de Puma VW, Opala e Corcel, junto com aqueles que continuariam como os FNM e Fusca. Em particular nesse último, o desenvolvimento foi bem acelerado, ajudado principalmente pelos irmãos Fittipaldi, como o Fitti-VW abaixo.
A tradicional linha de utilitários - porque até então o Brasil era visto pelo mundo apenas como um país agrícola - continuava a todo vapor na fabricação, mas os modelos continuavam desfasados em relação aos grandes mercados.
Naquele tempo a Toyota já tinha muitos produtos melhores no Japão, mas nunca se interessou em alterar a fabricação do velho jipe e suas derivações.
Na linha de caminhões o Brasil era bem competente e se estava um pouco atrás em tecnologia do setor, não era muito. Como o Brasil foi desenvolvido basicamente para a malha rodoviária, a frota de caminhões sempre esteve na vanguarda, porque a concorrência na época era e continua sendo feroz no setor de caminhões.
A Scania-Vabis no Brasil desde 1957 continuava a fabricação dos poderosos L76, os preferidos na linha peso-pesado.
A Mercedes Benz no Brasil continuava como tradicional fabricante de caminhões e...
...ônibus, sendo muito modernos, eficientes e duráveis.
E o tempo de glamour da indústria brasileira foi passando para atingir um dos principais polos industriais do mundo.

7 comentários:

Anônimo disse...

É o Phil... 'em definitivo'!

(Ronaldo)

Stael Alves disse...

Definitivamente!

Fernando Portilho disse...

Nesta Felipe, você exagerou!!!
Sorte nossa.
Abraço, Fernando

Felipe Nicoliello disse...

Obrigado Ronaldo, Stael e Fernando.
A publicação deveria ter sido no dia 13, mas devido a problemas de saúde, ficou tudo atrasado. Agora é correr para colocar as publicações em dia.

Stael Alves disse...

Phill tive observando, na parte do post quando diz:
"Em 1968 também surgia aquele que seria consagrado como o esportivo brasileiro, ganhando o caminho do mundo: o Puma GT com mecânica VW."

Você ilustra com um 69. Se você não tiver a figura de um 68 quem terá?!

Stael Alves disse...

Nessas atualizações aí, não teria a resposta de um certo quebra-cabeça? ...rsrsr.

Daniel Pardo disse...

Quando ouvi falar aqui no blog do Chevrolet C-1416, pensei que fosse um caminhão da GM, nunca me passou pela cabeça que seria a Veraneio, aliás, onde será que foi parar essa Veraneio (C-1416) 4 X 4 ???