sexta-feira, 3 de julho de 2009

Museu do Automóvel de Caçapava

Automóvel de Caçapava nessa manhã. Existia um contrato de comodato por 30 anos, entre o Museu e a Ford do Brasil, para os veículos: Willys Knight 1927; Ford 1929 Wippet Four; Ford Willys 1930 e o Willys Capeta 1966. Segundo foi divulgado, esse contrato espirou esse ano, e a Ford retomou seus veículos.
Muitos estão preocupados com o destino desses veículos, porque já se é sabido, que nenhuma fábrica brasileira preserva seus modelos. Mas vamos convir, que esses veículos permaneceram abandonados lá no Museu durante muitos anos, e em nenhum momento houve uma preocupação da Ford para quebra do comodato devido às condições despendidas aos veículos. Se agora a Ford consegue retomar, pelo mesmo se preocupou em retomar, acredito que saibam o valor que tem esse acervo, principalmente o Willys Capeta, protótipo feito pela Willys em 1964 (portanto antes da compra da Willys pela Ford), que sempre muito foi comentado, desde sua apresentação no Salão do Automóvel, que recebia o título da imprensa de ser “o progresso da engenharia do automóvel alcançado no Brasil”. A única preocupação fica por conta da venda desses veículos ao exterior, sumindo de nossas vistas.
O capeta era um esportivo maior que o Willys Interlagos, um verdadeiro GT, com motor do Aero-Willys 2600, preparado para ganhar maior potência, com cambio de quatro marchas sincronizadas. Ele iria abrir novos horizontes no mercado nacional, iniciado pelo Brasinca 4200 GT (Uirapuru). Por ser fabricado por uma grande montadora, com custos inferiores e qualidade melhor, poderia ter uma produção maior, que a produção dos pequenos fabricantes. Uma das barreiras enfrentadas pela engenharia da Willys era o motor, porque o Aero tinha um motor pesado e pouco potente. Inicialmente o projeto era para ser com esse motor devido aos custos, tanto que o carro que estava em Caçapava tinha motor 2600. Mas eles não acreditavam que o Capeta poderia honrar a denominação de esportivo com esse fraco motor, relutando em lançar o veículo, até surgir uma alternativa. Como a Willys era muito avançada, tinha inúmeros projetos em andamento, sendo que seu principal alvo ainda era o novo Renault (que mais tarde a Ford lançaria como Corcel), ficando o projeto engavetado.
O trabalho da engenharia em fase final de acabamento.
O lindo painel de madeira, com diversos instrumentos, volante de alumínio e madeira, rádio e provavelmente um acabamento superior aos modelos nacionais existentes na época.
Quem sabe a Ford não se comove, restaura o Capeta, promovendo uma exposição itinerante pelos concessionários da marca no Brasil, como nome FORD WILLYS CAPETA. Fica aí a sugestão.

5 comentários:

Anônimo disse...

...ñ esqueçamos q a 'Rural-Willys' com o motor 3000cc até assombrava nosso Alfa-FNM!

Cesar Costa disse...

A Engenharia da Willys era duca! Falam da DKW, da Volks, mas a da Willys era a mais criativa. Dizem que o primeiro carro desenhado no Brasil foi a Brasília, da Volks, mas esquecem do Aero Willys, este sim o primeiro carro desenhado no Brasil, que inclusive chegou a ter uma versão com a frente do Lincon, mas aí chegou a Ford e acabou com tudo, só aproveitando o Corcel, que era um projeto da Willys. Teve Interlagos, Interlagão, Mark I, Capeta, Bino, Corcel, F3 e chegaram a fazer um protótipo do que seria o sucessor do Gordini com uma carroceria quadradinha, que era uma graça. Até hoje só vi uma foto deste carro (está no arquivo do www.fotolog.com/berlineta). Será que o protótipo foi destruído?

Dinho Amaral disse...

O carro foi parar no Museu do Nasser em Brasilia

Mauricio Morais disse...

Que material fantástico, vai para os meus arquivos.
Felipe você como sempre fazum belo trabalho de pesquisa, parabéns.

Felipe Nicoliello disse...

Cesar, sem dúvida a Willys foi um grande avanço para ind. brasileira como um todo.
Maurício, obrigado.