quinta-feira, 13 de maio de 2010

Dia do Automóvel no Brasil (1)

Hoje, 13 de maio, Dia do Automóvel, instituído em 11 de maio de 1934, pelo então presidente Getúlio Vargas, através do Decreto 24.224 como sendo a data comemorativa. A data foi escolhida em razão que no dia 13 de maio de 1926, aconteceu a inauguração da primeira estrada pavimentada no Brasil, ligando o Rio de Janeiro, a capital do Brasil, com cidade de Petrópolis. A rodovia foi construída por iniciativa do Automóvel Clube do Brasil e era em placas de cimento.
O primeiro automóvel montado no Brasil, um Ford T 1921, iniciava a longa trajetória até chegarmos a indústria nacional.
Apesar disso, o Brasil era um importador de automóveis, e assim chegavam em nossos portos, imponentes veículos como o Packard 1930.
Graças a política de incentivos a indústria nacional, criada pelo presidente Juscelino Kubitschek, nascem as primeiras indústrias de automóveis. Em 19 de novembro de 1956, sai das linhas de montagem da Vemag, o primeiro automóvel fabricado no Brasil, um utilitário de uso misto, como era classificado, chamado Perua DKW-Vemag. Em 1958 sofreu modificações na carroceria e em 1961 passou a ser chamar Vemaguet, como vemos na foto abaixo na porta da fabrica no Ipiranga em São Paulo.
Apesar de ter sido iniciada a fabricação em série em 5 de setembro de 1956, antes da Perua DKW-Vemag, a Romi-Isetta não recebeu a classificação como automóvel pelo G.E.I.A. - Grupo Executivo da Insdústria Automobilística.
O VW Sedan já rodava pelo Brasil e em final de 1959 sai da fabrica de São Bernardo do Campo o primeiro Fusca brasileiro, para ganhar o Brasil e conquistar o coração de milhões de brasileiros.
Abaixo vemos um Fusca 1966 última série.
Mas a luta do Fusca não era tão fácil assim, o valente DKW, posteriormente chamado de Belcar-DKW oferecia atrativos tão bons quantos o do Fusca, começava uma boa briga pela preferência do consumidor. Na foto o último modelo do Belcar fabricado.
No começo dos anos 60, a Willys já oferecia um modelo grande de luxo, o Aero-Willys, junto no mesmo segmento, aparecia o Simca (na foto abaixo ano 1966). Os dois disputavam essa faixa, contra os modelos importados.
O segmento era tão disputado que tanto a Willys quanto a Simca lançaram modelos super exclusivos, como o da foto o Simca Presidente e...
...Na Willys o Itamaraty Executivo, a unica limosine fabricada em série no Brasil.Também tínhamos desde o começo os esportivos, representados inicialmente pelo Willys Interlagos, no modelo Berlineta (abaixo), coupê e...
... Conversível, como este da foto, que era do cantor Roberto Carlos.
A indústria nacional começou a crescer rapidamente e com ela os pequenos fabricantes como o Brasinca 4.200 GT. Na foto um modelo raro conversível de 1966.
Os esportivos traziam outras paixões, da qual o Brasil não desapontou: a construção de carros de corridas. Foram inúmeros modelos e protótipos, iniciados pelo Willys 1300 Protótipo.
Mas não era só de automóveis que a indústria brasileira vivia, duas grandes montadoras americanas, GM e Ford, até quase o fim da década de 60, só fabricavam utilitários e caminhões, como a perua Chevrolet C-1416 abaixo.
O grande preferido dos brasileiros desde o pós guerra, principalmente no interior do país era o Jeep Willys, um todo-terreno, pronto para ganhar as estradas de terra do Brasil, que eram a maioria. Abaixo vemos um modelo pouco conhecido o Jeep Willys Biquíni de 1966, porque tinha capota conversível.
Um país repleto de praias começava adotar a criação californiana, os Buggys. E um dos primeiros modelos foi o Bugato Gurgel de 1970, junto com os famosos Kadron e Glaspac.
Outro modelo pouco conhecido, um misto de jipe e buggy foi o Lorena, também de 1970.
A Ford iniciou sua fabricação de automóveis com um modelo de alto luxo, lançando em 1967 o Galaxie. Em 1970 apresentava um mais luxuoso ainda, o Landau LTD.
E assim a indústria brasileira pegava fogo, com diversos lançamentos entre o final dos anos 60 e começo dos 70.
As montadoras já apelavam para os modelos esportivos, sem grande aceitação, mas formadores de opinião. Como vemos abaixo o Corcel GT em primeiro plano e o Dogde Charger em último.
O lindo Charger que só não teve aceitação maior, devido ao alto preço de aquisição e manutenção.
Modelos como o Ford Belina Luxo, com apliques imitando madeira, começavam a conquistar os consumidores.
O maior sucesso em esportivo nos anos 70 sem dúvida foi o Puma. De beleza incontestável agradava a todos, de crianças a senhores, todos admiravam o Puma.
Em 1971 oferecia a versão conversível, que foi um grande sucesso nas cidades praianas.
E as montadoras no calcanhar do sucesso do esportivo Puma, cada vez mais investiam nas séries "GT" de seus veículos.
Com toda essa euforia dos começo dos anos 70, ainda tínhamos um sobrevivente lutando por espaço no mercado, o FNM 2150 de 1971, pois o Aero-Willys tinha deixado a linha de montagem devido a forte concorrência.
As fabricas trabalhavam a todo vapor em 1970/71.
Os pátios ficavam lotados.
E os caminhões-cegonha bloqueavam as estradas.
Esse foi começo da grande indústria brasileira de automóveis, hoje em as melhores do mundo.

17 comentários:

Anônimo disse...

Gostei, Felipe!

E nota-se q cada carro era único, ñ tinha ninguém copiando ninguém.

Nem se copiava a mecânica.

Nem os caminhões eram iguais.

Cada um acreditava na sua fórmula.

(Ronaldo)

Mario Estivalet disse...

Parabens pela apresentação deste historico fotografico. Realmente brilhante, e me deixa feliz pelo que o Brasil já foi.

Anônimo disse...

Profissional. Bacana. Verdadeiro.Os jornalistas das nossas revistas e sites não são assim especialistas como o Nicoliello. Este blog é nosso "meeting point".
Parabens !!
PauloSérgio

Anônimo disse...

Felipe,
Parabéns pelo resgate histório e pelo acervo fotográfico! Concordo com o Ronaldo, os carros daquela época possuiam personalidade, hoje, na grande maioria, diferem apenas pela logomarca. Paulo

Mauricio Morais disse...

Que aula Felipe. Fotos muito bem escolhidas mostrando a diversidade de outrora.

branquinho disse...

Show de bola, parabéns pela matéria, deveria estar numa revista para os nossos netos colecionarem :) forte abraço!!!

Carol disse...

Que bacana! Pedi uma pesquisa para os meus alunos sobre a história do automóvel... vou sugerir esse blog à eles! Parabéns pela organização! Carol (esposa do Branquinho)

JRubbo disse...

Amigo, sua apresentação está maravilhosa, "você é o cara"!!!

Sergio Tempo disse...

Parabens pela materia Felipipi, vc é o mestre mesmo

Paulo Galluzzi disse...

Felipe,
Muito boa a reportagem. Vi fotos de epoca que eu não tenho em meus arquivos. Mas permita-me lembrar-lhe que faltaram as fotos do Simca/Chrysler Esplanada e do Dodginho que tambem fazem parte da nossa industria automobilistica.
Um grande abraço,
Paoluccio (Puma 72 laranja)

Felipe Nicoliello disse...

Obrigado a todos.

Procurei dar um foco um pouco diferente da lógica, onde sempre aparecem fotos dos ícones da indústria brasileira, em situações normais de pose para fotos, o qual todos estão cansados de ver. Aqui, foram fotos de época (com exceção da Romiseta)para ilustrar uma parte da indústria nacional, claro que faltaram diversos modelos importantes, mas se completasse a publicação, ela seria gigantesca.

Paoluccio, o Simca está aí em duas versões. Agora os outros, Esplanada e Dogde 1800 ficaram de fora junto com Fissore, Passat, Chevette, Gordini, Maverick, etc., não que sejam menos importantes, mas acabaria sendo um livro e cada um que aparece na publicação é um exemplo do texto, citando seus segmentos. Apenas na série de "buggys", que eu quis colocar os menos conhecidos, que venderam poucas unidades, mas por sua vez, ajudaram o crescimento dessa fatia do mercado.

Renato Bellote disse...

Excelente retrospectiva Felipe.

Anônimo disse...

Ótima materia, parabéns!

paulo galluzzi disse...

Felipe!
É uma boa ideia fazer um livro,pelo conhecimento que vc tem esse livro será um sucesso, pense nisso.
Abraço
Paoluccio.

paulo galluzzi disse...

Felipe!
Éuma boa ideia fazer um livro,visto o conhecimento que vc tem será um sucesso. Pense nisso.
Abraço,
Paoluccio.l

Anônimo disse...

Alô! Escritor Felipe,

O 'seu livro' já tá pronto:

- "...só falta o PS desenhar a 'capa e a contra capa' com sua natural maestria!"

Abçs,
Ronaldo

Daniel Pardo disse...

Até conhecer esse blog, eu não sabia que a Veraneio antes se chamava C-1416.

É estranho ver nesse post a foto da fábrica da Vemag nos seus áureos tempos, falo isso pois moro relativamente perto da antiga fábrica e hoje com frequência passo em frente ao que sobrou do prédio, ai você compara as duas imagens e dá um certo aperto no coração.