A publicação deste evento demorou, mas só aqui no Puma Classic as imagens tem explicações, o que vale como conhecimento.
Logo na entrada do evento o Willys Itamaraty Executivo, uma limousine presidencial fabricada pela Willys Overland do Brasil, sobre o modelo Itamaraty. Lançado no Salão do Automóvel de 1966 e fabricado artesanalmente apenas 27 unidades, das quais o veiculo exposto na exposição era o número 1. A produção entre 1967 e 1969, já sob o comando da Ford, foi encerrada a pedido do então presidente mundial da Ford, Henry Ford II, em visita ao Brasil, para não concorrer com o Ford Galaxie.
Para minha surpresa, no sábado, encontrei a Lígia, filha do presidente da Puma, Luis Roberto Alves da Costa. Conosco, o meu grande amigo Maurício Marx, proprietário do Puma GT 1969 da foto.
Ainda no sábado a apresentação oficial do primeiro esportivo fora-de-série brasileiro, com a presença de diversas personalidades, entre elas, Roberto Suga (de sapato preto) presidente da FBVA - Federação Brasileira de Veículos Antigos, Alexandre Murad (de chapéu) proprietário do Monarca e o apresentador e organizador do evento Zé Ricardo da ZR Soluções Automotivas.
E assim foi retirada a capa e apresentado o Monarca 1954, esportivo criado por Oliviero Monarca com mecânica Porsche 356 Speedster e carroceria de chapa de aço.
Este veículo foi comprado pelo colecionador Alexandre Murad há uns cinco ou seis anos e foi totalmente restaurado por Ricardo Oppi, nos padrões originais.
Os veículos singulares não pararam por aí, o Esporte Brasília, que já foi alvo de nossa matéria
aqui, também estava presente. O colecionador Sergio Campos o mantém quase exatamente como o encontrou, apenas um ou outro detalhe restaurado. Esse modelo fabricado em chapa de aço em Petrópolis-RJ em 1960, utiliza a plataforma do VW Sedan 1200 sem cortes.
Quando estava à venda há alguns anos, uma publicação em site alemão cita o anuncio por 18 mil dolares e como título: Frente de Beutler e traseira de Thunderbird.
A imagem abaixo mostra de um suíço Beutler 1957 com mecânica Porsche 356. Lembra um pouco, mas o formato dos para-lamas abrigando os faróis era comum em muitos esportivos europeus, desenho de uma época. Quanto a traseira, acredito sim que a inspiração foi o Thunderbird, mas as lanternas existentes no Brasília Esporte não são do modelo norte-americano.
Outro ícone dos esportivos brasileiros, o Moldex, o primeiro veículo brasileiro em fibra de vidro. A frente inspirada nos desenhos de Pininfarina para a Ferrari, Fiat e Peugeot da época, com laterais lembrando os Beutler. Estranho nas carrocerias apresentadas no evento é o tamanho do para-brisa (altura), já que a história nos diz que eram os mesmos do FNM 2000 JK. Parecem maiores.
Abaixo um pequeno histórico do veículo com mecânica DKW.
O Moldex foi apresentado no Salão do Automóvel de 1961, junto ao estande da Vemag e um dos modelos era para ter capota rígida.
Sua construção em fibra de vidro mostrava preocupação com a rigidez e acabamento, além de ter conduítes para eletricidade integrado na carroceria. O console, também integrado, era um charme naquele tempo.
Como nos Thunderbird, um esportivo para quatro lugares.
Apesar de não ser de linha de produção, o carro-conceito Aruanda estava lá como representante de uma época da indústria automobilística brasileira. Um veículo urbano, leve e compacto, com grande área envidraçada, motor de 20 HP, cambio de quatro marchas, velocidade máxima superior aos 100 km/h e consumo de 20 km por litro de gasolina.
Projetado em 1963 pelo arquiteto brasileiro Ari Antonio da Rocha, o conceito recebeu diversos prêmios em exposições, inclusive no 47° Salão de Turim na Itália.
Poderia transportar até três pessoas e algumas bagagens, em suas dimensões reduzidas.
Um dos Puma que não apareceu na publicação anterior é o GT 1500 do meu amigo Ernani.
Um belo par de VW, Komi e Fusca 1960.
A turma do Blue Cloud estava presente, com o primeiro veículo construído no Brasil, a camioneta Vemag de 1956 pertencente ao meu amigo Flávio Gomes.
Outros modelos da linha Vemag também abrilhantaram o evento.
Os célebres carros de corridas da década de 1970 também estavam lá.
O Fusca Auto Zoom (réplica) que foi guiado por Alfredo "Guaraná" Menezes e outros. O Brasília Creditum de Ingo Hoffmann barbarizou em muitas pistas brasileiras. Este não sei se é réplica ou o carro original.
Dentre os veículos expostos estavam também caminhões e ônibus. Quem morou em São Paulo deve lembrar bem dos ônibus escolares do Colégio Danti Alighiere. Foram símbolos da cidade por sua marca registrada, o retrato de uma época, exatamente igual.
Quem andava pela Alameda Jaú no horário da saída do colégio, lembra que o transito parava para a saída desses ônibus, um atrás do outro e nunca que terminava.