segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Eventos - Clássicos Brasil 2015 (3) Premiados

Entre diversas categorias da premiação no 1° Clássicos Brasil, a que chamou mais atenção foi o Prêmio Fabio Steinbruch, em homenagem ao colecionador de automóveis brasileiros falecido há dois anos. Cinco veículos foram premiados, dos quais dois Puma!
O Puma GT (DKW) de Ricardo Prado, na família desde zero km;
O Puma GT (VW) 1968 de Sylvio Fujioka, colecionador e colaborador do Puma Classic;
O Willys Interlagos 1966 de José Adolfo Bastos;

 O Maverick GT 1977 de José Roberto Vaz;
 E o Dodge Carger R/T 1971 de Pedro Ramiro Horn.


As outras categorias:
1-  Categoria JK: Veículos fabricados até 1960 – Esta categoria retrata a infância da nossa indústria automobilística, com os primeiros modelos fabricados por aqui, ainda com algumas (ou muitas) peças importadas e similares aos modelos de origem das matrizes das fábricas.

 
Romi Isetta 1956 de André Beldi




DKW Universal 1956 de Flávio Gomes











Kombi Standard 1960 de Walter Beringhs







Monarca 1954 Porsche de Alexandre Atie Murad

2- Categoria Tropicalismo: Veículos entre 1961 e 1966 - Com o desenvolvimento da nossa indústria, os veículos passaram a ter alto índice de nacionalização (mais de 90%) e isso incrementou a nossa indústria de autopeças. Projetos, alterações e modelos brasileiros, exclusivos surgiram. Consolidando nosso parque industrial. 
Esporte Brasília 1961 de Sergio Campos

DKW Belcar 1963 de Stevens Beringhs

Fusca 1965 Pé de boi de Paulo José Meyer Ferreira

Willys Teimoso 1966 de Paulo José Meyer Ferreira


3-Categoria Milagre Brasileiro: Veículos entre 1967 e 1973 – Nesta fase aconteceu um grande desenvolvimento, devido a diversos investimentos das fábricas, fortalecendo ainda mais nossa indústria. Isso durou até a crise mundial do petróleo, no ano de 1973.

Willys Itamaraty Executivo 1967 de João Siciliano





Opala 3800 Luxo de Reynaldo Scalco

Shark 1970 de Sergio Trivelatto. Filho do fundador da fabrica, este foi o primeiro modelo que recebeu algumas alterações de seu fabricante, como: vidro lateral traseiro e posterior tomada de ar; teto solar; tomadas de ar dianteiras maiores; maçaneta de botão; sem acrílico nos faróis; lanternas dianteiras de Brasília; e as rodas, um modelo que era muito utilizado nos Dodge, mas que infelizmente não são possíveis de usar devido a fadiga do material. 

 Abaixo o comparativo com o modelo de carroceria que era vendido pela Trivelatto.


LTD Landau 1973 de André Belti

Galaxie 500 1971 de Fernando Ceolin

Karmann Ghia 1971 de Walter Beringhs

Ford Corcel GT 1971 de Sergio Vaz

FNM 2150 1972 de Wanderlei Natali
VW Variant 1972 de José Mateus Lopes





 4- Categoria Geração Disco: Veículos entre 1974 e 1982 - Dois fatores importantes marcaram esta época, o lançamento de uma nova geração de carros médios, menores e mais econômicos, uma forma encontrada para sobreviverem a crise do petróleo e o fechamento do mercado para importações de automóveis a partir de 1975. Isso mudou todo o cenário de produtos e do mercado Brasileiro nessa década.

Dodge Charger R/T 1972 de Reinaldo Silveira

Dodge Dart Sedan 1977 de Fabio Batistini

Envemo Super 90 1981 de Fernando Hormain

Ford F-75 1973 de Alemão

Chevette Chevrolet 1974 de Carlos Locatelli

VW Brasília 1976 de Alexandre Artea

Maverick Coupê V8 1974 de Gregory Vaz

Maverick Sedan V8 1974 de André Vaz









5 - Categoria Nova República: Veículos entre 1983 e 1992 – As grandes fábricas se globalizaram e surge o conceito do "Carro Mundial", fabricado em diversos países e com componentes vindos de diversas fabricas, fornecedores e filiais de diversos países. Isso até a abertura das importações pelo governo no inicio da década de 1990(lembrando que para efeito de premiação são considerados veículos com mais de 30 anos de fabricação)

Escort L 1985 de Erwin Moretti
No evento foi criada uma Categoria Especial, sendo premiados:

O Puma GTE Espartano 1973 de Heinzjürgen Halle, que eu nem sabia que estava lá... Chegou depois.


 Também outros modelos especiais:
Ford Galaxie Ambulância 1969 de Clássicos Caslini
Fusca Divisão 3 de Oswaldo Guilherme Decanini
Ônibus Carbrasa GM 1962 do Colégio Dante Alighieri
Dodge 1800 SE 1975 do acervo de Fabio Steinbruch
O Fiat 147 do acervo da Fiat também recebeu a premiação, mas infelizmente não tenho a imagem.

Imagens: Sylvio Fujioka, Felipe Nicoliello, www.carz.com.br.

Eventos - Clássicos Brasil 2015 (2)

A publicação deste evento demorou, mas só aqui no Puma Classic as imagens tem explicações, o que vale como conhecimento.
Logo na entrada do evento o Willys Itamaraty Executivo, uma limousine presidencial fabricada pela Willys Overland do Brasil, sobre o modelo Itamaraty. Lançado no Salão do Automóvel de 1966 e fabricado artesanalmente apenas 27 unidades, das quais  o veiculo exposto na exposição era o número 1. A produção entre 1967 e 1969, já sob o comando da Ford, foi encerrada a pedido do então presidente mundial da Ford, Henry Ford II, em visita ao Brasil, para não concorrer com o Ford Galaxie.  
 Para minha surpresa, no sábado, encontrei a Lígia, filha do presidente da Puma, Luis Roberto Alves da Costa. Conosco, o meu grande amigo Maurício Marx, proprietário do Puma GT 1969 da foto.
 Ainda no sábado a apresentação oficial do primeiro esportivo fora-de-série brasileiro, com a presença de diversas personalidades, entre elas, Roberto Suga (de sapato preto) presidente da FBVA - Federação Brasileira de Veículos Antigos, Alexandre Murad (de chapéu) proprietário do Monarca e o apresentador e organizador do evento Zé Ricardo da ZR Soluções Automotivas.
 E assim foi retirada a capa e apresentado o Monarca 1954, esportivo criado por Oliviero Monarca com mecânica Porsche 356 Speedster e carroceria de chapa de aço.
 Este veículo foi comprado pelo colecionador Alexandre Murad há uns cinco ou seis anos e foi totalmente restaurado por Ricardo Oppi, nos padrões originais.





 Os veículos singulares não pararam por aí, o Esporte Brasília, que já foi alvo de nossa matéria aqui, também estava presente. O colecionador Sergio Campos o mantém quase exatamente como o encontrou, apenas um ou outro detalhe restaurado. Esse modelo fabricado em chapa de aço em Petrópolis-RJ em 1960, utiliza a plataforma do VW Sedan 1200 sem cortes.

 Quando estava à venda há alguns anos, uma publicação em site alemão cita o anuncio por 18 mil dolares e como título: Frente de Beutler e traseira de Thunderbird.
A imagem abaixo mostra de um suíço Beutler 1957 com mecânica Porsche 356. Lembra um pouco, mas o formato dos para-lamas abrigando os faróis era comum em muitos esportivos europeus, desenho de uma época. Quanto a traseira, acredito sim que a inspiração foi o Thunderbird, mas as lanternas existentes no Brasília Esporte não são do modelo norte-americano.
 Outro ícone dos esportivos brasileiros, o Moldex, o primeiro veículo brasileiro em fibra de vidro. A frente inspirada nos desenhos de Pininfarina para a Ferrari, Fiat e Peugeot da época, com laterais lembrando os Beutler. Estranho nas carrocerias apresentadas no evento é o tamanho do para-brisa (altura), já que a história nos diz que eram os mesmos do FNM 2000 JK. Parecem maiores.
 Abaixo um pequeno histórico do veículo com mecânica DKW.
 O Moldex foi apresentado no Salão do Automóvel de 1961, junto ao estande da Vemag e um dos modelos era para ter capota rígida.

 Sua construção em fibra de vidro mostrava preocupação com a rigidez e acabamento, além de ter conduítes para eletricidade integrado na carroceria. O console, também integrado, era um charme naquele tempo.
 Como nos Thunderbird, um esportivo para quatro lugares.
 Apesar de não ser de linha de produção, o carro-conceito Aruanda estava lá como representante de uma época da indústria automobilística brasileira. Um veículo urbano, leve e compacto, com grande área envidraçada, motor de 20 HP, cambio de quatro marchas, velocidade máxima superior aos 100 km/h e consumo de 20 km por litro de gasolina.
 Projetado em 1963 pelo arquiteto brasileiro Ari Antonio da Rocha, o conceito recebeu diversos prêmios em exposições, inclusive no 47° Salão de Turim na Itália.
 Poderia transportar até três pessoas e algumas bagagens, em suas dimensões reduzidas.




 Um dos Puma que não apareceu na publicação anterior é o GT 1500 do meu amigo Ernani.
 Um belo par de VW, Komi e Fusca 1960.


 A turma do Blue Cloud estava presente, com o primeiro veículo construído no Brasil, a camioneta Vemag de 1956 pertencente ao meu amigo Flávio Gomes.

 Outros modelos da linha Vemag também abrilhantaram o evento.
 Os célebres carros de corridas da década de 1970 também estavam lá.
 O Fusca Auto Zoom (réplica) que foi guiado por Alfredo "Guaraná" Menezes e outros. O Brasília Creditum de Ingo Hoffmann barbarizou em muitas pistas brasileiras. Este não sei se é réplica ou o carro original.
 Dentre os veículos expostos estavam também caminhões e ônibus. Quem morou em São Paulo deve lembrar bem dos ônibus escolares do Colégio Danti Alighiere. Foram símbolos da cidade por sua marca registrada, o retrato de uma época, exatamente igual.
 Quem andava pela Alameda Jaú no horário da saída do colégio, lembra que o transito parava para a saída desses ônibus, um atrás do outro e nunca que terminava.