Primeiramente vamos falar da época, meados de 1974, da situação econômica e tecnológica do mundo. Vivíamos uma inesperada situação pelo aumento do petróleo determinado pelos árabes, que contavam uma mentirinha, que o petróleo tinha data certa para acabar. Com isso o preço do barril de petróleo começou a subir, criando um problema mundial. A gasolina sofria aumentos nunca vistos, afinal até então não existia nada mais barato em termos de combustível. Com isso, o Brasil que tinha uma produção de petróleo muito baixa, importava grande parte do consumo, deixando a balança comercial nada equilibrada, sem falarmos na famosa dívida externa, que consumia grande parte da riqueza dos brasileiros. Os carros de grande consumo já eram vistos como do mal e a indústria corria para se adequar aos novos tempos. O dinheiro curto, gasolina cara, o Brasil enfrentava uma crise maior que a dos países desenvolvidos, preocupando o governo em mudar o rumo das coisas. O então presidente da ditadura militar Ernesto Geisel tomou a firme posição em relação à indústria automobilística, recebendo recomendações quanto à necessidade de produzirem caminhões pesados, para sustentar a infraestrutura do sistema rodoviário nacional, empregar motores a diesel em veículos de transporte de porte menor, desenvolver tecnologia nacional e adequar o tamanho e potência dos carros de passageiros com as condições específicas do mercado brasileiro, importador de petróleo e com ruas e avenidas já congestionadas pelo grande número de veículos. Essas ruas eram congestionadas pela falta do desenvolvimento urbano e rodoviário e não pelo consumo.
Nesse quadro agravante, a Puma não deixou de participar, mesmo tendo filas de espera para comprar seu esportivo. Como o sonho de um veículo urbano era antigo, a Puma já tinha seu projeto pronto.
Um problema esbarrava na realização, a fabricação em fibra de vidro, que segundo a Puma, o limite máximo de produção com esse material seria 500 unidades/mês, muito pouco para um veículo com pretensões de grande escala. Na viagem de Jorge Lettry a Europa para demonstração do Puma GTE, em visita a fabrica inglesa Reliant, ele descobriu que fabricavam 1.000 carros por mês em fibra de vidro, empregando um processo de cura química e estufas. A Puma voltou a sonhar e a equipe liderada por Milton Masteguin e Wilson Draunzio Brasiliense, retomou o trabalho de desenvolvimento. Logo depois Wilson veio a falecer em um acidente com um Puma de corrida que trazia do Paraná para São Paulo. A partir daí passaram a chamar de Projeto W. Mas foi a imprensa que o apelidou de Mini-Puma. Em quatro meses, 35 pessoas trabalharam 10 horas diárias para realização do projeto a tempo do Salão do Automóvel.
O projeto original de 1972 foi modificado, sendo agora o carro somente para duas pessoas, dimensões reduzidas e motor extremamente econômico, essencial para um veículo tipicamente urbano. Com a colaboração de 500 fornecedores da Puma, e a paralisação da fabricação de peças a terceiros, a Puma pode realizar o sonho de expor o primeiro veículo inteiramente brasileiro.
5 comentários:
Na realidade que começou o crise do petróleo em 1973 não foram os árbes ele só moderam a isca, foram os yankes junto com os russos que fomentaram a "mentirinha" para frear o desenvolvimento da Europa e do japão.
Carros pequenos urbanos como o Mini Puma nunca deram certo, psicologicamente o carro é simbolo de status, poder e força; veja a história do mini Dacon do Gurgel BR 800 e muitos outros.
Com mais essa o 'Pedrão Caraciolo' ñ esperava:
- "...seus desenhos em grande e merecido destaque!"
(Ronaldo)
Cresci acompanhando a história desse carro pelas páginas das 4 rodas da época. Sonho que nunca vingou.
Concordo com Ronaldo. Porém, hoje temos diversos veículos se dando bem aqui no Brasil com a política da economia e amigo da natureza.
Exemplo,podemos ver o Coreano Kia Picanto. Este compacto tem vem repleto de ítens de conforto e é super economico.Tenho acompanhado as vendas desses carros que crescem mês a mês.
Em minha opinião, deveriamos ter dois veículos. Um extremamente urbano, e outro maior para sustentar o ego e viagens.
Aproveitando o gancho do Alex, lembro q o Japão mantém seus minicarros:
- "os únicos q nas grandes crises se mostram firmes no mercado!"
(Ronaldo)
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