quarta-feira, 12 de março de 2014

Antenas Automotivas no Puma

Primeiramente preciso esclarecer que esse equipamento, a antena, assim como os rádios e os auto-falantes não eram fornecidos pelas montadoras no Brasil. Apenas havia a previsão do local a ser instalado no veículo. Cada comprador que escolhesse o modelo e a loja para sua instalação. No começo dos anos 1970, os concessionários de um modo geral começaram a oferecer o serviço, porque antes nem isso.
Claro que no caso Puma as coisas sempre foram diferentes e os concessionários Puma sempre agradavam seus clientes com produtos de ponta.  
As antenas não tinham local determinado para instalação, nem tão pouco uma convenção adotada por algum fabricante, seja de veiculo, de antena ou de aparelho. Uma coisa era certa, no Brasil adotávamos o modelo americano de colocar no para-lama dianteiro. Assim cada um colocava onde achava melhor, do lado do motorista ou do lado do passageiro. Existiam justificativas para a opção do lado, colocar do lado do motorista favorecia o levantamento da antena sem sair do veículo. Outros não concordavam pois atrapalhava a visão do seu lado. Existia também resistência em colocar do lado do passageiro, pois facilitaria o vandalismo, que na época era feito por crianças que mexiam nas antenas para brincar, ocasionam a quebra, devido a fragilidade do telescópio. 
Como não existia regra, este Puma GT 1969 está com a antena de base reta, do lado do motorista.
 Já neste Puma GTE 1800S, a antena é a de base inclinada e também do mesmo lado. Ainda nesta época a preferência era por este lado devido ao vandalismo.
 Mas com o decorrer do tempo, o vandalismo diminuiu, afinal pai que se prezava dava bronca nos filhos por quebrarem algo dos outros. Existia o respeito social. E assim os proprietários voltaram a instalar a antena do lado da calçada, mas mesmo assim,  muitos se preveniam abaixando a antena depois de estacionar.
Como mencionei existiam apenas dois tipos de antenas telescópicas para automóveis, base reta, para para-lamas retos, como as "banheiras" americanas e base em 45° para modelos com para-lamas arredondados, como o Puma e principalmente o Fusca. Era instalada na caída do para-lama.
 A antena de base reta, no Puma, era instalada na parte reta do para-lama. Sempre nessa área, para poder ter acesso a porca de fixação por dentro do Puma.
Como em alguns detalhes automotivos o brasileiro optava pelo gosto americano e não europeu, a antena colocada no para-lama traseiro começou a ser bem visto, se tornando um charme... 
...Principalmente nos modelos conversíveis. Mas para isso o cabo que liga a antena ao aparelho de som deveria ser bem mais comprido. Para tanto havia a necessidade de comprar uma extensão, que no final das contas era uma emenda que com o tempo poderia dar problemas de interferência no sinal. Mas o grande problema era o fato de estar longe do motorista para abaixar/levantar, a antena na traseira não decolou até a chegada da antena elétrica. 
A antena elétrica solucionou este problema como muitos outros, até os aerodinâmicos, pois em alta velocidade, o "poste" oferecia resistência ao ar e as vezes até quebrando. Com a elétrica o conforto chegou para alegrar a muitos proprietários, mas se tornou um item de "status", pois custava muito caro. 
Até que mais ou menos em 1978 (sinceramente não fiz o levantamento preciso da data) surgiu a famosa antena de molinha, como ficou conhecida. Era uma antena fixa, de 60 cm, que na base tina uma regulagem de inclinação e uma "mola", que lhe dava flexibilidade. Como elas eram baratas, fáceis de instalação, e poderia ser colocada em qualquer lugar por não embutir, o sucesso foi garantido. 
 As pessoas gostaram desse modelo, pelo resultado final do visual: o varão acompanha paralelamente a coluna do para-brisa, deixando de ser aquele "poste" da antena telescópica.
 Além disso, como a antena girava em seu eixo, a inclinação poderia acompanhar exatamente a coluna...
 ... Que na quase totalidade dos automóveis modernos, se fecham para o alto, casando perfeitamente com qualquer tipo de veículo.
 Mas se o instalador de antena não fosse bom ou pouco preocupado com a estética, a antena em local errado era pior que a antena telescópica, que neste aspecto não tinha esse problema.
 Esse modelo de antena ganhou o mercado brasileiro em quase sua totalidade, principalmente os esportivos. Naquele tempo, as pessoas que admiravam o desenho de um carro esportivo tinham gostos diferentes, mas todos sempre concordavam que a antena tipo poste, estragava qualquer esportivo...
 ... Imaginem veículo com desenho singular como o Formigão Renha, que se não tivesse esse tipo de antena, era obrigado a colocar as antigas antenas de caminhão, Kombi, fixadas nas laterais.
 Como o sucesso foi grande, vários fabricantes lançaram seus modelos, com diferença mínimas. A mais diferente era esta que tinha um prolongamento do bico na base, muito charmosa e era mais cara.
 A antena foi acompanhando a modernização e no final da década de 1970, com o modismo de não ter cromados, ser tudo em preto fosco, a antena também acompanhou e o modelo "molinha" foi fabricada em preto fosco.
 Na verdade esta antena não era nenhuma novidade para os europeus. Lá no Velho Mundo há muito tempo era utilizada, só que no teto. Por ser mais curta, a localização do teto melhora a recepção do sinal.
 Mesmo os esportivos europeus, como este Lamborghini Urraco 1975, utilizavam desse artificio para atingir melhor o sinal.
 Em Puma também existiu quem seguiu o modelo europeu, mas brasileiro sempre faz muitas associações e chifre nunca foi um coisa muito admirada pelo machismo do Brasil. Assim, antena no teto era chifre e chifre ninguém queria. A mesma coisa que aconteceu com o teto solar, que falavam que era para por os chifres para fora.
 Como as antenas de "molinha" eram baixas, boas somente para FM e assim mesmo em locais de bom sinal de recepção, somados ao progresso urbano, com muitos edifícios e aumento da malha de diversos sinais cruzando pelo céu, esse tipo de antena começava a irritar seus usuários. A primeira tentativa foi o lançamento da antena de "molinha" em dois estágios, ou seja, era fixa em uma parte, como a anterior e telescópica em sua outra parte, dobrando seu tamanho. Mesmo assim a recepção começava a ficar difícil para qualquer tipo de antena.
A  partir deste fato, os fabricantes desenvolveram um modelo eletrônico que ampliava a recepção do sinal com pouca altura. Assim nasceram as antenas eletrônicas. A Truffi continuava fabricando todos os modelos de antena, como mostra em sua propaganda.
 No Puma Export  vinha com som instalado e antena eletrônica. Muitos gostaram, outros odiaram. A antena eletrônica de diversos fabricantes não tinha bom desenho e visual, era ame ou odeie.

Até a chegada das antenas internas na década de 1990, que não deixam de ser eletrônicas, mas escondidas, atendendo o anseio de muitos proprietários de esportivos. Para vocês terem ideia, quando fui separar as imagens para publicação, me dei conta que a maioria dos carros restaurados não tem mais antena externa. A grande maioria não quer saber de colocar nenhum tipo de apêndice.

7 comentários:

danilo crosxiati disse...

ah!, como queria encontrar uma antena destas de molinha e fixa para por no meu gte, alguem sabe onde tem?

jaimerodrigues disse...

Estou restaurando meu GTE 79, mas colocar uma antena externa seria forçar demais a barra. Antena interna wins!

walter ramos disse...

Dois comentários:

1. Felipe , vc me lembra o personagem que gostava de tudo explicadinho, "nos minimos detalhes".
Apesar desta brincadeira, achei muito ilustrativa a matéria publicada.Faz a gente aprender e reviver a época. Bacana!

2. Quando restaurei meu carro, deixei como estava na época,inclusive com a antena Truffi.
Respeitei e preservei o que era feito normalmente pelos proprietários .

luis wynns disse...

eu sou adepto a antena eletrônica interna, ate acho que uma antena coluna ou de molinha na dianteira do carro fica legal, mais nada como a comodidade da antena interna, so tem que tomar cuidado tem umas que são péssimas, normalmente o conceito da mais cara ser melhor quase sempre funciona

glauber disse...

Eu tenho antena interna, mas quando conseguir pintar meu carro colocarei uma truffi, que eu inclusive ja comprei. Pra mim, tem de ficar exatamente como era na epoca!
Glauber

Anônimo disse...

Caríssimos Pumeiros! Antena de molinha, elétrica, fixa, movel, externa interna, etc etc etc...
Cada um tem o seu carro da forma que quer. Tenho uma GTC 1982 e uma GTB S2 1979 Ambas com antena elétrica - ainda estou lá no tempo da nostalgia e acho um charme muito elegante da época.

Daniel Pardo disse...

Hoje em dia não só temos antena interna como os rádios retrôs, ou seja, rádios com aparência antiga, mas que têm entrada auxiliar para IPod e entrada USB para pendrive e/ou MP3 e para todos os gostos e bolsos.