sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Fora de área - Chamonix


Tenho uma triste notícia, a linda fabrica que vocês acabaram de ver no video está paralisada.
A Chamonix deixou de produzir as réplicas de Porsche 550, 550S, 356A Speedster e 356B Super 90, porque seus clientes estão no mercado externo, principalmente E.U.A. e Europa, representando 90% de suas vendas. Devido a crise que afeta esses mercados, o faturamento da Chamonix despencou e o mercado brasileiro é insuficiente para manter a fabrica , apesar de ter crescido bastante nos últimos anos. Os produtos mais vendidos eram o 356 A Speedster e o Spyder 550, já o Super 90 não tinha espaço no mercado externo e bem aceito no Brasil. Segundo Newtin Masteguin Diretor Superintendente da Chamonix, a paralisação será temporária, podendo voltar as atividades assim que o mercado reagir.
Uma pena, fico triste com a notícia.
A luta dos empresários brasileiros no setor continua, talvez pior que antigamente devido a forte concorrência das grandes empresas, que se tornaram gigantes.
O sonho de termos um veículo genuinamente nacional continua sendo uma miragem, mas não podemos desanimar, quem sabe aqueles que estão chegando ou ainda sobrevivem não conseguem essa realização. Capacidade não nos falta, o maior dos problemas ainda reside nos altos impostos cobrados em veículos, além da falta de incentivos para a indústria nacional. Aí serei questionado: será que precisamos ter uma indústria automobilística genuinamente nacional? Sim precisamos! Para ir ganhar dinheiro em outros mercados, como fazia a Chamonix, trazendo os dólares para dentro do país e não como é atualmente, que mandamos dinheiro para fora. Assim como a indústria automobilística existem outras áreas bem mais sofridas no Brasil, que pouco recebem incentivos de crescimento e aprimoramento de tecnologia, como na área de pesquisas químicas voltada a saúde. Se continuarmos pensando que trazemos de fora o que precisamos, vamos ser sempre submissos as grandes potências.

10 comentários:

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Apoiado Felipe!

Abs

Rui

Anônimo disse...

Felipe,

O Newton -como bom executivo!- vai dar a volta por cima e ñ faltarão apoiadores.

E, como falaste, isso é de interesse do País.

(Ronaldo)

smarca disse...

Só um adendo, que não pode passar batido de forma alguma: apenas os altos impostos não justificam o alto preço dos veículos em território nacional.

Isso é fato e existem diversos estudos sobre o assunto.

Além disto existe a altíssima margem de lucro em contraposição à economia de fabricaçào em escala.

Isto falando de grandes montadoras que talvez não seja o caso da Chamonix. Digo talvez pois não existem estudos sobre pequenas montadoras como esta e a Lobini, por exemplo.

Além disso priorizar apenas o mercado externo, com 90% de sua produção dirigida para fora nunca me pareceu uma boa estratégia para nenhum fabricante do que quer que seja, de desodorante a carros.

Por isso tenho quase certeza que a regra se aplica aqui também.

Falando em carro nacional a Chamonix não me parece em nada com a Tata da Índia que fez realmente um carro popular (não desejo discutir o carro em si mas o foco) barato e também com esforços para exportação para mercados de alto nível de exigência. É verdade que alguns se incendiaram sozinhos, mas é inegável que o foco é totalmente outro: brinquedos de luxo versus carros para a população, com projeto totalmente independente, inclusive o propulsor.

O buraco é mais embaixo, portanto, em se falando de Brasil, e passa, sim, pelas altas margens praticadas pelo empresariado obtuso.

Que venham as críticas, eu as rebaterei como cidadão brasileiro.

GTI1993 disse...

Sandro, concordo com você e ainda adiciono um pouco mais.

Quando falamos de carga tributaria, lembramos apenas do ICMS (aqui 17%) e IPI (deve ser 5% a 10%) que são vistos nas notas fiscais por todos nós, em todos os produtos que comprados e principalmente nos carros.

É importante lembrar,que ainda temos o PIS (3%) e o Cofins (7,6%), e um grande encargo para as empresa que só conhece quem emprega, o alto nível de encargos sobre o salário dos trabalhadores, e grande número de benefícios. Para uma empresa que paga R$1000 de salário, com certeza esse mesmo camarada que recebe pouco, custa para a empresa pelo menos R$2000 mensalmente.

Então, basta ver. Para quem paga émuito, para quem recebe é pouco. O governo fica com quase tudo, e a gente fica de otário.

Anônimo disse...

Mais incentivo para o mercado nacional?? Concordo que o imposto sobre veículos no Brasil é alto,cerca de 40%, mas a industria automobilística brasileira está superprotegida as custas do consumidor, tente importar um carro para, aí sim ver o que é imposto... aqui nos EUA um Mustang GT premium conversível 0km custa 29 mil dollares,cerca de 52 mil reais, mas se vc quiser comprar por aí vai pagar mais de 200 mil, ou seja 400% de imposto... mais proteção para a indústria?? Como bem comentaram acima a India está exportando carrinhos com um projeto consistente..bem diferente de nossos empresários...
abraços
Kleber Pizolato

Felipe Nicoliello disse...

Moçada o que eu quis dizer foi a luta dos empresários brasileiros no setor, se a Chamonix não consegue fazer brinquedos de luxo, imagine popular como o indiano, que nem Puma, nem Gurgel conseguiram fazer.
Outra coisa a carga tributária é alta sim, como disse o Kleber chega a 40% + custos, sobram de 10 a 20% de lucro. Não acho um lucro absurdo pelo investimento feito.
Quanto ao protecionismo, sim ele existe no produto nacional para proteger os empregos dos brasileiros, senão todos comprariam carros da China. Mas o que falo a respeito do protecionismo seria do capital nacional, de montadoras genuinamente brasileiras, isso não existe, vejam os casos: Mini-Puma e Gurgel BR-800. Um nem entrou em linha de produção e o outro interromperam-na.

smarca disse...

Sobra mais de lucro Felipe.

Qualquer dia conversamos sobre isso.

Lembre-se que trabalhei numa grande auto-peças e sempre fui fuçador aqui e ali.

Vou lhe dar apenas um único exemplo: na época, uns 10 anos atrás, um sistema ABS fornecido para certa montadora saía da fábrica por US$ 150.00 cada.

Todo o sistema e numa época que, embora artificialmente a paridade do R$ e US$ era 1 para 1.

Já viu em algum catálogo de alguma montadora em sua vida um opcional ABS isolado e custando R$ 180,00 (20% de lucro, numa conta simplista, só para exemplificar)?

Nem por R$ 1.800,00 deve ter visto, para falar a verdade.

E isso sem contar que um sistema ABS era (e ainda é hoje em dia na maioria das vezes) vinculado a modelos top com alto valor agregado de quinquilharias elétricas e eletrônicas.

20%? Nem aqui e nem na China!

Talvez na China ...

Felipe Nicoliello disse...

KKKKKKKKKKKKK
Sandro, pára de contar segredos de fábrica...
Vc tem que ver que a montadora compra por 150, depois tem a mão de obra de instalação+impostos+porcentagem para aprimoramentos e desenvolvimento de produtos+porcentagem de propaganda+porcentagem de benefícios+mais porcentagem de contatos políticos+ porcentagem de perdas e danos+ porcentagem de garantia+ porcentagem dos lucros+ porcentagem dos revendedores, nisso tudo aí o valor sobe um pouquinho...
Eu tinha um amigo suiço que na empresa dele as contas eram mais ou menos assim, com coisas que eu não conseguia entender o por quê na composição dos preços, e ele falava para mim:"- por isso que vocês não sabem ganhar dinheiro!"
Vai ver que a Chamonix não fazia essa composição.

Aldemir Lopes disse...

Olá pessoal, realmente é uma triste informação.

E mais uma vez Empresas de tradiçao, deixam de produzir devido a situação de mercado.

A Marca PUMA está com a nossa Familia já alguns anos.

Vou tentar contato com a Familia Masteguin, buscando quem sabe, uma nova oportunidade de voltar a produzir os Veículos PUMA no Brasil.

João Cesar Santos disse...

Olá, estou procurando proprietários ou ex-proprietários de Chamonix, de preferencia do modelo Speedster, para montar um grupo de auxilio na troca de informações, literatura, dicas de manutenção, compra-venda de peças, etc... eu criei um grupo no face: https://www.facebook.com/groups/258731837643300/ quem quiser participar basta acessar o grupo, que é aberto e não precisa de convite.