quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desrespeito - Puma GTE 1977 Placa Preta

Este Puma pertenceu ao meu amigo Fernando Ferri. Ele restaurou o carro em 2003/2004 e pintou na cor verde do Fiat Palio 1996. Como todos os carros do Ferri, este não foge a regra, uma restauração perfeita nos mínimos detalhes. A cor escolhida caiu muito bem ao Puma, ao contrário do que no Palio. Naquele tempo não se pensava em placa preta e originalidade em Puma ainda estava engatinhando. Mesmo assim o Puma é todo original, apenas a cor moderna. Sendo a cor um item excludente, ou seja, nem passa pela avaliação do questionário de pontos de originalidade, este Puma jamais poderia receber o Certificado de Originalidade. Assim como a cor (que tem que ser do mesmo ano do veículo (no caso de Puma e fora-de-séries) ou aquela adotada pela fabrica), outros itens também são excludentes, como alteração no motor, rodas/pneus e carroceria.
Não sei o clube emissor desta placa preta, uma coisa eu garanto: não é do Puma Clube.
Recebi a foto do próprio Ferri que recebeu de outra pessoa e parece que o evento em que está o Puma era em Santo André.
Com o problema da vistoria ambiental em São Paulo, muitos antigos estão migrando para a placa preta, correndo um sério risco de ser desmoralizada, se atitude como esta em questão começar a ser frequente. Isso me deixa profundamente triste, porque afinal de contas a placa preta é para nosso benefício e não um artifício para bular a lei. Para quem não sabe, a placa preta não somente nos isenta da vistoria veicular, mas também nos dá o direito de rodar com o veículo extamente como ele era quando saiu da fabrica, não precisando colocar certos "apêndices" modernos para cumprir a lei vigente. Se as pessoas só se importam com o aspecto do veículo, não ligando para a originalidade, que coloquem injeção, catalizador e os cambaus para passar na vistoria e deixem nossa placa preta em paz. A lei que isenta o placa preta da vistoria foi criada porque senão haveriam muitos processos na justiça e mandatos de segurança, por ser esta obrigação, confrontante com a lei que já existia, que diz: não pode haver alteração nenhuma no motor e mudanças em seus agregados perdem pontos. E são muitos pontos se carburador, filtros, etc., não forem originais.
Por isso peço mais respeito à placa preta, mesmo que o clube credenciado não dê o devido respeito.

13 comentários:

Jaques disse...

Tremenda sacanagem. Tomara que tenha feito uma placa preta de mentira pra sacanear a turma.

Felipe Nicoliello disse...

Não acredito Jaques,
Aí o cara entra no artigo 171 e a cadeia é brava, não seria somente multa. Além do que, seria facilmente comprovado por muitas fotos que diversos visitantes tiraram no evento. Ninguém é idiota para tal, só se for um deficiente mental, que acredito não ter capacidade para isso.

F250GTO disse...

Felipe, essa discussão sobre as pinturas dos carros vai longe.
Nas planilhas dos clubes para a vistoria, esse é um item excludente.
Porem, não é o que se observa na maioria (ou quase totalidade) das vezes.
Se voce notar nos eventos, existe uma enorme quantidade de carros americanos da década de 40 com pinturas metalicas, por exemplo.
Os Fordinhos dos anos 20, em uma variedade enorme de cores e tons tambem são frequentes.
TODOS ostentando placas pretas, fornecidas pelos respectivos Clubes.
Acho que nesses casos, podemos aplicar aquela teoria de que a cor é um item excludente "que não pegou"...
Romeu.

@MarceloSCamara disse...

Felipe,
posicionamento perfeito.
Abraço,
Marcelo.

Alexandre Vigas disse...

Perfeito. Não sou purista. Há vários itens no meu GTE 80 que podem ser alterados e/ou melhorados, dadas as diversas deficiências técnicas da época em que foram construídos os carros. Mas entendo também que a placa preta é ato declaratório de originalidade e sabemos que os nosssos órgãos de trânsito são o paraíso da inoperância e da esculhambação. Nesse ritmo, em breve a placa preta estará desmoralizada, identificando Pumas tunados por aí afora...

Luby disse...

Tenho visto muitos casos semelhantes envolvendo a PP.

Stael Alves disse...

Essa placa preta é sempre polêmica.
Concordo com o Felipe quando diz, que ela serve de benefício ao antigomobilista e não deve ser usada para burlar a lei.
Estão usando ela como benefício para manterem rodando seus antigos, mas como dizem por aqui, "não podemos pelar um santo pra vestir outro", será que este "recurso" não vai acabar banalizando a placa preta? Os vistoriadores que liberam esses erros estariam realmente cientes do valor da PP?
A lei é excludente, temos que lutar pelo enquadramento de todos. Diante da lei de vistoria onde se encaixa os roders que possuem verdadeiras obras de arte sobre rodas, em estado de arte na conservação, mas são veículos da década de 20 ou 30 como motores de 70 ou 80? Serão eles criminosos, que só poderão transitar sobre plataformas? Ou deverão destruir seus bólidos e perder todo o trabalho e milhares de reais investidos? Terão de reconstruir seus veículos para passarem na vistoria? Pra onde vamos Brasil?

Anônimo disse...

Amigos concordo com todos,mas...,
1 - meu puma, esta na foto da festa gts/75 amarela, com uma placa preta alusiva ao carro, nao oficial e so uso qdo parada em exposiçao, como podem ver esta em
excelente estado de conservaçao, mas com pequenas alteraçoes que nao da placa preta. FOI REPREVADA NO CONTROLAR, agora pergunto:
JOGO NO LIXO? ou como ja sabido gasto uma pequena fortuna para adequar ao controlar ou a uma placa preta.
2 - A cada dia, nos amantes de PUMAS temos que desenbolsar valores absurdos para aquisiçao de uma peça original ou proxima dela.,ex. R$ 2.000,00 para colocar o tal carpete cabelo de nego, mas que quero dizer é o seguinte: temos que viabilizar todos os pumas que pudermos, com uma exessao clara, os que fogem das caracteristicas, mas se a cor e mais clara ou escura, se dinamo ou alternador, etc. na minha opiniao nao importa.

adao emilio

Anônimo disse...

quaro que nao sou anonimo, rsrsrsr
adao emilio

Fernando Portilho disse...

Havendo uma regra, esta deverá ser cumprida.
Como disse o Felipe, a função da Placa Preta está definida.
Cada clube agindo a seu modo, teremos em um curto espaço de tempo a sua desmoralização.
Ou se faz algo à respeito agora ou estaremos irremediavelmente fadados a perder sua função original.
Abraço, Fernando Portilho

Felipe Nicoliello disse...

Vejo que todos estão conscientes do assunto, mas tenho que repetir exaustivamente para que a placa preta não caia em descrédito.
Romeu,
Concordo que a cor é um item que não pegou, mas te digo uma coisa, não tenho prazer algum de ver um carro antigo com cores modernas. Acho lindo ver aqueles Belair em tons pastéis remetendo a imagem a uma época em que tudo era muito alegre e calmo. Já odeio ver um Fusca da década de 60 todo original com um branco-branco! "Pera-lá" isso não existia, o branco dos anos 60 era mais para branco-bege. E nisso não consigo remeter meus pensamentos para a época de origem, as coisa não se encaixam. Por isso ainda defendo a cor original para os placa preta.

Unknown disse...

Sou meio xiita nestes assuntos e a lei da PP é definida para veículos de coleção que detenham valor histórico, sem restrições. Infelizmente, quem deveria controlar os clubes credenciados a vistoriar e conceder as PP, que é a Federação Brasileiras de Veículos Antigos, não tem efetuado sua função como deveria e parece mais interessada no "glamour" do movimento antigomobilista que em suas atribuições. Em eventos patrocinados pela própria FBVA podem-se ver esses desrespeitos à lei sem nenhuma atitude mais mais rigorosa. Quem expede e quem recebe a PP assina um Termo de Compromisso a respeito da originalidade e sua manutenção e podem ser penalizados por fraudar lei federal. Vejo a situação como preocupante...
Irapuã

Felipe Nicoliello disse...

Irapuã,
A falta de conhecimento do assunto por grande parte dos antigomobilistas acaba gerando comentários errôneos. Me desculpe, mas falta um conhecimento a mais para você. Não que vc tenha culpa de não saber, a culpa como sempre é das autoridades. Primeiro que não deixam claro as coisas, divulgando apenas a lei, que nem todo mundo tem o saco de ler tudo. Segundo que não tem condições e conhecimento para fiscalização e não delegam para quem tenha a capacidade para o efetivo cumprimento.
Explico, a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) tem poder apenas sobre os clubes filiados a ela, mas nem todos clubes são filiados e muitos desses clubes podem emitir o Certificado de Originalide.
Exemplo: O Puma Clube preparou toda a documentação para se cadastrar no Denatran em Brasília, solicitando a certificação para emissão da placa preta. O processo demora de 6 a 18 meses para ser concluído. Mas nossa opção foi se filiar a FBVA, não só pelo direito da certificação, mas também poder fazer parte de todo movimento do antigomobilismo nacional. Então nossa certificação é "vigiada" e aprovada pela FBVA. Já o Fusca Clube do Brasil é cadastrado diretamente no Denatran e é este órgão fiscalizador de suas ações. Apenas citei o Fusca Clube como exemplo, não que fazem coisas erradas, muito pelo contrário, hoje são extremamente rigorosos. E como eles existem muitos clubes nessa condição.
Então se o Denatran não tem condições de fiscalização sobre esses clubes, que determinasse que todos os clube para serem certificados teriam que ser filiados a FBVA, aí sim a coisa funcionaria, porque essa instituição é atuante e faz essa fiscalização, mas só tem poder sobre seus associados.
Nos eventos da FBVA são nacionais e todos podem participar e é por isso que vemos essas coisas erradas nesses eventos, são erros de clubes não associados.
Se nós do Puma Clube reclamarmos oficialmente de algum clube federado, com posições corretas na reclamação, certamente esse clube receberá sanções.