terça-feira, 9 de outubro de 2012

Fato de época - Licenças CBA / FASP e Auto-cross

Uma curiosidade para quem nunca viu. Os pilotos de competição devem ter licenças de competição. A principal deve ser da CBA - Confederação Brasileira de Automobilismo. No caso abaixo, a carteira dos anos 80.
 E todo piloto deve ser filiado a um clube da Confederação, normalmente do seu Estado de domicílio. Nesse caso, da FASP - Federação de Automobilismo de São Paulo, também dos anos 80.
As duas tem validade, devendo ser renovada a cada ano, para exames médicos e outras atualizações.
Essas são de uma época em que eu era lameiro, pisando na terra, literalmente, mais que na minha profissão.
A moda começou em 1981 com a construção de gaiolas de corridas com motorização VW. Uma categoria simples e barata, corria em autódromos de terra, com muitas curvas e saltos. Em pouco tempo se tornou uma febre.
O Auto-cross Blasi foi o primeiro Auto-cross monoposto do Brasil. Projetado por mim e pelos irmãos Waldomiro e Alfredo Blasi, que também o construíram em 1983, sendo finalizado no ano seguinte.
 O escapamento, apontado para o alto, era direto e dimensionado.
 Na traseira a dupla de amortecedores de curso longo fabricados especialmente.
 Construído com uma estrutura tubular de aço sem costura, a gaiola era monobloco. As peças de acabamento fabricadas em fibra de vidro muito fina, com acessoria da CBP, uma fabrica de capacetes, que mais tarde fabricou as réplicas do Porsche Super 90 e outros fora-de-séries.
 Existia a porta somente no lado esquerdo, para acesso do piloto contorcionista, pois o carro o vestia. Em caso de acidente, em que essa passagem ficasse bloqueada, qualquer pequena pancada na fibra do teto, o removia facilmente.
 O banco não tinha ajuste, feito especialmente para o tamanho do piloto.
 O motor era a álcool, 1600 cc, sem nenhuma preparação, apenas com balanceamento de peças, dupla carburação 40 arrombada e pequenas coisas que o regulamento permitia. Os pneus traseiros eram Pirelli P7 aro 15, com perfil baixo. Raramente as pistas eram caminhos tipo 4x4, cheios de lama e nesse aspecto, com pouca lama ou nenhuma, esses pneus desenvolviam muito bem na pista de terra batida.
O aerofólio foi outra inovação na categoria lançada pelo Blasi Cross.
 E os pneus dianteiros, também aro 15, eram os mesmos da frente de um pequeno trator, lisos e com apenas o friso central, dando boa direção e evitando o excesso de atrito, que normalmente a terra cria.
A categoria durou mais alguns anos e depois perdeu o glamour nacional, ficando restrita apenas em alguns locais.

Um comentário:

Luby disse...

tive uma gaiola desta tb Felipe..