Aconteceu em Erechim-RS
Foi encontrado parado há anos em uma garagem um Puma GT DKW 1967. A proeza foi do meu amigo André Luís Mohr. Na cara dura, bateu na porta e pediu para ver e fotografar o carro, com a intenção de comprá-lo. Para seu desespero o proprietário não vende. Também não conseguiu o número do chassis para colocarmos na Relação dos Puma DKW sobreviventes, mas ficou a promessa de voltar e conseguir esse número com o proprietário, Sr. JCZ, que pretende restaurá-lo. Segundo mensagem recebida de Roberto Nasser, curador do Museu do Automóvel de Brasília, o André poderia ter olhado o número de identificação do chassi, gravado na estrutura da suspensão frontal, onde está o radiador.
Na dianteira falta a grade original de frisos horizontais.
As bolhas de acrílico não existem mais, nada que não posso ser refeito.
As lanternas dianteiras, oriundas do Fissore DKW, estão surradas com a lente gasta, mas mostram sua originalidade com bastante idade.
O motor ainda original DKW de três cilindros, três bobinas, três... Tudo três e 1000 cc de cilindrada.
Em relação ao DKW, o radiador do Puma era colocado em posição mais baixa, devido a altura do capô. Por isso utilizava bomba d'água, que o DKW não tinha.
A integridade nos principais detalhes são ótimas neste Puma. Maçanetas originais e quadro dos vidros de portas.
No detalhe o espelho formula 1 e braços dos limpadores originais.
O vinco na traseira para disfarçar a tampa de gasolina, detalhe criado por Anísio Campos. E as raras rodas "leve-ligeira", originais, que tinham o aro de liga de alumínio e centro (miolo) de aço estampado.
Faltam as capas cromadas dos para-choques, muito fácil de mandar fazer. Importante ter as lanternas e dobradiças originais, bem melhores que as reproduções. A lanterna de placa não deve estar lá ou não tem a moldura cromada de acabamento dessa lanterna. Há algum tempo fiz uma moldura dessa para um GT DKW, me deu muito trabalho, mas o resultado ficou perfeito.
O emblema Puma GT ainda é original. Percebe-se não se tratar de reprodução pela definição e acabamento do metal.
E o mais raro, ainda conta com o emblema do concessionário Vemag de Porto Alegre-RS, a Karl Iwers. A história desse piloto, pai do grande preparador de motor 2 tempos e piloto, Henrique Iwers, cunhado de outro grande piloto, Jan Balder, podemos ler no blog do meu amigo
Mestre Joca.
O painel, apesar dos 46 anos está em bom estado e original.
O porta-luvas, uma peça de muita utilização, está perfeitamente encaixado, tendo pequenas folgas em poucos lugares.
Os instrumentos são de origem da linha DKW, com exceção do conta-giros ao centro, exclusivo do Puma GT DKW.
O volante Formula 1 da Fittipaldi não está mais lá, o atual é moderno, idêntico ao do MP Lafer, mas com uma curiosidade, o raro botão de buzina Puma. Pouquíssimos volantes Formula 1 em Puma tem esse emblema original com a cara da fera, normalmente vemos o emblema da Fittipaldi.
Outro detalhe que até hoje só encontrei em um Puma DKW, o friso divisório no teto. Mais comum ver nos Puma VW de 1968 até 1972, esse friso já existia no modelo de 1967 e poucos sabem disso.
Os bancos não parecem originais, o tecido é moderno. A soleira também não original, pois a utilizada era a mesma que encontramos no Puma até 1976 1a. série, com desenho parecido com aqueles famosos chinelos.
Conclusão: Um belo exemplar que ainda está guardado. De fácil restauração, é só uma questão dinheiro, pode ser tornar um exemplar de referência.