Reportagens - Jornal Estado de São Paulo

No domingo dia 14 de setembro de 2014, no jornal o Estado de São Paulo saiu uma matéria sobre os 50 anos da Puma Indústria de Veículos Ltda. 

A boa matéria conta bem sucintamente a história, afinal ela é muito grande. 

 O interessante não é a publicação, mas a fotografia principal, onde vemos dois Puma GTE 1973 em um salão de automóveis, onde os outros carros são europeus. Concluímos se tratar de alguma exposição em que a Puma participou na Europa.

 E no detalhe temos a certeza de ser Puma para o mercado europeu. Vejam as lanternas dianteiras "bicudas" diferentes nas utilizadas no Brasil. Já falei, mas repito, isso se deve ao fato das "nossas" lanternas serem mais difíceis de encontrar na Europa, afinal a Puma utilizou as mesmas da Honda CB 360 de 1972. Mais tarde, 1976, a Honda incluiu essas lanternas no modelo CG. Para a Europa, as lanternas bicudas com aro cromado, comuns em qualquer modelo de motocicleta, poderiam ser substituídas sem problemas, não necessitando da importação do Brasil e nem estoque de peças no concessionário europeu.

A "nossa" lanterna, vinda da CB, utilizada apenas a lente...

...Pois a parte traseira era um soquete universal e a lente fixada na carroceria através de parafusos.

CB 360 1972

CG 125 1976

Foto do dia - GTB 1977

 O meu amigo Neuri Kitzberger me alertou para o bonito e original Puma GTB que está no cadastro do Puma GT.com. Ele pertence a Carlos Reis Vilhena do Rio de Janeiro-RJ e é o dos primeiros GTB de 1977,  que ainda tinham lanternas de Saab Sonett III.

Em compensação a grade dianteira já era aquela de frisos verticais, bem mais fácil de encontrar que a grade de frisos horizontais do GTB até 1976.

Parabéns ao Carlos pelo belo exemplar.

Luz de Cortesia GTE Spider / GTS / GTC

A luz de cortesia dois modelos conversíveis da Puma ficam embaixo do painel. São duas, uma em cada extremidade do painel.

 O modelo da lanterna é esse aí da foto abaixo...

... Que usa lâmpada torpedo e curiosamente tem borracha de vedação. O suporte que fixa no painel era feito na Puma, com uma chapa de metal recortada e furada para fixação da lanterna.

A borracha já vinha do fabricante, porque antes da Puma colocá-la com luz de cortesia, essa lanterna serviu de luz de placa para o Puma GT DKW, com a adição de uma moldura cromada feita pela Puma.

 Depois serviu de luz de placa para o Puma GT 1500 (VW) de 1968 a 1970, sem a moldura metálica, somente um corte na fibra da carroceria. Somente no modelo GTE de 1970 a adoção da grande lanterna de placa do VW 1600 4 portas.

 Desde os primeiros conversíveis GTE Spider de 1971, houve a adoção dessa lanterna embaixo do painel.

 O modo que é instalada.

 Depois os modelos conversíveis mudaram de nome para GTS, de carroceria, mas as lanternas permaneceram as mesmas.

E foram até os últimos GTC fabricados. Sim, as mesmas lanternas. 

E sabem de onde elas surgiram? Do Fissore DKW, que tinha uma dupla dessa lanterna na luz de placa.

Lanternas dianteiras Puma 1971 / 1972

Em dezembro de 2010 na publicação Levantando a lebre - Lanternas dianteiras citei da possibilidade das lanternas dianteiras (de Corcel) terem sido mudadas já em 1971, e não somente em 1972 como acreditávamos.

Em cansáveis pesquisas na arqueologia Puma descobri um artigo publicado no Jornal do Brasil, em setembro de 1971, onde falam claramente da mudança da referida lanterna, aumento do porta-malas e mudança da armação da capota.

Vejam que nesse artigo também falam da mudança do porta-malas, sempre se referindo ao modelo conversível, concluindo que, a partir de setembro de 1971 todos GTE Spider de 1972 tem as lanternas de Corcel; acesso nas laterais internas do porta-malas, onde vai o estepe e armação de capota mais simples (antes era tipo do Karmann Ghia, bem complexa). Nos GTE (coupê) essas mudanças de lanternas e porta-malas podem ter demorado um pouco mais. Por isso encontramos GTE 1972 com o porta-malas fechado e outros não. A melhoria no acabamento se deve ao uso do tecido freeze no centro dos bancos, antes courvin.

O motor de oito cilindros boxer a ar, ideia que rondava as pistas de corridas no começo da década, mostra que a Puma também entrou naquela onda e como muitos não teve o esperado sucesso.

Lanterna Traseira Puma 1970 a 1976 1a. série

Todos sabem que o Puma passou a utilizar as lanternas traseiras do então VW Variant e VW TL, em 1970 no modelo GT. Com a chegada do GTE, as lanternas continuarão inalteradas, mesmo mudando o painel traseiro em relação ao GT. Essas lanternas eram fabricadas pela Polimatic ou Arteb em acrílico, material mais duradouro que o plástico.

E como identificar uma lanterna original em acrílico com outra reprodução em plástico. As originais tem a identificação do fabricante e o emblema VW com a numeração da peça. Esses fabricantes também fizeram lanternas para o mercado de reposição, com a mesma qualidade e material, porém sem a identificação. Essas só conhecendo a diferença entre materiais.
Mesmo não tendo a identificação, pode-se notar que o acrílico tem as cores mais firmes e brilho, além da qualidade da peça, olhando nos cantos e internamente, sem rebarbas ou mal acabamento.
Aproveitando, uma coisa que muitos esquecem e vejo os carros sem essas peças são os divisores das lanternas. São chapas finas de inox encaixadas em trilho existente, que separam a iluminação de cada lâmpada, para que essa não invada o espaço da outra. Na foto pintadas de azul.
A moldura de metal em torno da lanterna era um friso de alumínio polido e a borracha envolvia grande parte da lanterna com degrau para o friso.

Lanternas Traseiras Puma GT 1968 a 1969 (3)

Já falamos das lanternas traseiras do modelo GT 1968 a 1969 aqui e aqui 2a. parte. A foto do Puma GT 1969 está em um site de venda, com muito esmero o proprietário estava restaurando esse modelo e decidiu vendê-lo. Tanto cuidado com a originalidade, mas um detalhe passa por pura falta de informação, a posição das lanternas traseiras. Elas deveriam estar mais nas extremidades do carro. Outro detalhe muito comum que me chamou atenção na fotografia é a pintura nas saídas de ar abaixo dos para-choques, os pintores não tomam o devido cuidado de preencher o vão com tinta, portanto cobrem de seus pintores esse detalhe.

Lanternas Traseiras GTS 1973 a 1976 1a. série - Posição

No Puma GTS a situação quando ao posicionamento das lanternas também é crítico quando alteram sua posição original. Achar o local exata requer certas observações e medição da distância lateral em um Puma original.

Vejam o Puma do meu amigo Mauro Mendonça, a primeira vista parece original, mas...
... Percebam que as lanternas estão mais abaixo e fora do alinhamento, brigando com a linha de reentrância do painel traseiro. Como regra, as lanternas obedecem uma linha horizontal em nível. Na imagem abaixo fiz alguns riscos para vocês perceberem que nenhuma linha da traseira do GTS é paralela a outra. Isso se deve ao fato de obedecerem as linhas curvas do desenho, que os projetistas as utilizam para dar graça e leveza as formas. Porque se fossem linhas retas seriam duras, brutas e pesadas, é só ver um carro-forte. Uma linha curva é mais suave que uma linha reta e na natureza só encontrarmos formas curvilíneas.

A linha a ser colocada a lanterna deve obedecer a mesma linha da placa de identificação ou do vinco abaixo dela. Essa linha é o nível do horizonte, qualquer outra vai dar aparência de alguma coisa torta. A posição da lanterna mais acima é para não invadir o espaço da linha abaixo dela, a de reentrância do painel traseiro.
Apesar do GTE Spider ter um painel traseiro um pouco diferente do GTS, a mesma regra pode ser utilizada, mas sempre pegando a medida inicial da distância do final da lanterna com painel traseiro em um Puma original. Reparem que nesse Spider as lanternas foram instaladas tomando como base a linha de reentrância do painel traseiro, dando um aspecto de lanternas tortas, caídas para as extremidades.

Lanternas Traseiras GTE 1973 a 1976 1a. série - Posição

Surgiu uma dúvida nos comentários da matéria Eventos-Estação da Luz (publicação anterior), quando a posição das lanternas do Puma GTE 1973. Pelas fotos ali publicadas não podemos ter absoluta certeza, o Maurício e Luby desconfiaram e com razão. Então recorri as fotografias enviadas pelo meu amigo Marcos Gagliardi, que por sinal tinha uma exatamente de traseira, como podemos comparar as imagens do GGT com a posição das lanternas originais e o GTE 1973 que estava no evento.

Podemos notar que elas estão mais ao centro do Puma e um pouquinho mais abaixo, isso acaba diminuindo visualmente a traseira. Portanto é sempre bom verificar esse pequeno detalhe para não comprometer o carro.

Luz de Cortesia Puma GT / GTE / GTI

A luz de cortesia interna dos Puma GT, GTE e GTI eram colocadas um pouco acima do espelho retrovisor interno. O modelo adotado pela Puma era o mesmo da linha VW, com três posições: desligado; luz acesa; luz acesa somente quando as portas estão abertas. Para saber qual o modelo correto para seu Puma tome como base o Fusca, seguindo o mesmo modelo usado pelo Fusca do mesmo ano. No caso da fotografia, o modelo é para Puma GTE de 1971 a 1975. Antes o modelo era igual, porém com o botão arredondado. Posteriormente, veio o mesmo modelo sem a borda cromada. Mas quando deixou de ter a borda cromada... tô cansando, pesquisem vocês. rsrsrs

Aí vão me perguntar: e no GTS? Calma, depois faço a publicação.

Lanterna do pisca dianteiro a partir de 1973

Em 1972, atendendo as normas européias de transito, que exigiam as lanternas dianteira a 40 centímetros do solo, a Puma retirou as lanternas que ficavam embaixo dos para-choques e passou para cima, utilizando as lanternas do Ford Corcel, simulando o tipo de lanterna utilizada pelo Ferrari Dino. Mas surgia um problema: e o mercado de reposição de peças no exterior? Afinal o Ford Corcel só existia no Brasil. Então para mandar ao exterior, a Puma colocou ao lado dos faróis uma lanterna de moto, com lente bicuda, facilmente encontrada em qualquer parte, já que a grande maioria das motocicletas tinham as lanternas parecidas. No Brasil os modelos GTE e GTE Spider usavam lanterna de Corcel e para exportação lanterna de motocicleta.

A partir de 1973, com o lançamento da nova carroceria, o Puma passou a ostentar novas lanternas dianteiras, vindas da recém lançada CB 350. Eram mais modernas, com desenho mais harmonioso, que combinou perfeitamente com o desenho do Puma, coisa que não aconteceu com as lanternas de motocicletas no produto exportado, muito mesmo com as lanternas de Corcel.

A Puma não utilizou a lanterna completa, apenas a lente de acrílico, devido a ser uma peça importada, onerava os custos. Assim a Puma optou por desenvolver o soquete e fixação na própria fabrica. Essas lentes importadas foram utilizadas até 1975, sendo que em 1976 com o lançamento da Honda CG 125 brasileira, a lente se nacionalizou.

Muitos nem percebem e as vezes nem sabem que as lentes originais Puma eram Honda e de acrílico, porque existem atualmente no mercado de reposição muitas lentes fabricadas em plástico. Além disso existe outra diferença, ressalta pelo meu amigo Sylvio Fujioka:

"Percebi que a lente de pisca original da Moto Honda tem foco dirigido, concentrado para a lanterna.

O caso é que encontrei ontem a lente de pisca original da Moto Honda na banca do Sérgio (homônimo do Sérgio Ambrosi, curiosamente é no box ao lado dele), mas a peça não estava com a parte central boa. Aí a moça que atende nas vendas se aproximou e disse que semana passada um pessoal do Rio de Janeiro (sic...) apareceu lá e arrematou o lote. Buono... Cosa non nostra.

A cor típica dessa lente original é laranja, a reprodução que vendem, usualmente com o tempo vai ficando amarela. Percebi também que ao lixar com lixa 1200, o cheiro típico de acrílico vem, confirmando sua qualidade superior...
A lente acesa é mais bonita também.

Seguem as fotos para demonstrativo. Atenciosamente, Sylvio"

Muito boa a observação e ilustração do Sylvio a respeito do assunto qualidade da peça original, talvez ele seja melhor em Puma, do que em outro assunto que sempre discute comigo:
Cambiando argomento, a nova ortografia italiana não tem mais acento. Antigamente confundia-me o acento agudo, no italiano é o acento invertido, hoje as cousas estão un po piu facile...

Perguntas e Respostas - Lanterna traseira

"Bom dia Felipe!
Esse Puma tem história, comenta-se que seu primeiro proprietário foi o Vicente Matheus, bem conhecido de vocês em São Paulo.
O segundo proprietário foi um comandante da Varig, residente em Joinville.
Este senhor era um colecionador, comprava carros e guardava.
Até que um empresário da cidade arrematou seu acervo e fez andar essas preciosidades.
Este Puma tem 41.000 Km originais, esta zerado.
Eu nunca tinha visto este tipo de lanterna, segundo o proprietário, é diferente pois era exportada para os USA, isso é verdade?
Desde já agradeço sua resposta.
Carlos Tito Steingraber
Joinville - SC"

Meu amigo Carlos, isso não procede. Mais uma para justificar modificações. É só ver as fotos que eu publico em "Puma pelo mundo" e outras tantas vistas na Internet e você não vai achar nenhum Puma com esse tipo de lanternas. Se fossem originais como da imagem abaixo encontraríamos pelo menos um ou outro Puma. Esse modelo de lanterna foi fabricado por independentes como um atrativo para substituição das lanternas de Kombi, mais um equipamento de personalização, como tantos outros.

Até hoje continuam fabricando "atrativos" mostrados na foto abaixo, como as lanternas transparentes, fumê ou outras envolventes, no formato das lanternas de Kombi, que trocando as lentes por essas ficam parecendo outras lanternas. Outros vão mais longe, fabricam com novo tipo de refletor, no mais moderno estilo, mas com o mesmo tamanho e formato, para não haver modificações na carroceria na hora da troca.

Levantando a lebre - Lanternas dianteiras 1971

Outro dia reparando na foto publicada na revista Autoesporte de dezembro de 1971, sobre o Rallye da TAP em Portugal que aconteceu entre 5 e 10 de outubro de 1971, onde a dupla Jan Balder e Alfred Maslowski participou com um Puma zero km de fabrica. Veja mais sobre este Rallye no LuisCezarBlogspot. Então vi a lanterna dianteira já do modelo 1972 no Puma #132.

Está certo, o Puma era de fabrica, novo carro que foi preparado para esta corrida e já poderia ser o novo modelo a ser lançado, com a substituição das lanternas dianteiras do Fissore pelas do Ford Corcel. Mas a publicação efetuada hoje pelo Claude, do "Anuncio (86)" de novembro de 1971, onde vemos um Puma GTE Spider com as lanternas dianteiras do Ford Corcel me chamou atenção. As fotografias tem data e provam o que estamos vendo, portanto em final de 1971, os Puma GTE e GTE Spider já tinham essas lanternas de Corcel em cima dos para-choques, que durou somente até 1972.

Lanternas traseiras Puma GT 1968 a 1969 (2)

Falamos de lanternas traseira de diversos Puma aqui. Mas depois de ver tantos GT com lanternas em diferentes lugares surgiu uma grande dúvida quanto o posicionamento correto das lanternas em relação a carroceria, especificamente nos modelos GT 1968 e 1969, que utilizavam a base do modelo do Chevrolet C-1416. A base porque no Chevrolet era dianteira sendo lentes brancas ou amarelas, com apenas uma lâmpada e no Puma a lente era vermelha com duas lâmpadas. Já faz tempo que estou tentando conseguir as medidas sem sucesso. Até que tive uma ideia e com a ajuda do meu amigo Marco Rinaldi, baseado em uma foto de época - que aqui foi publicada no Feras e Gatas - ele desenhou em Autocad e conseguiu as medidas muito próximas do original. Se houver diferenças serão de no máximo 2 milímetros. Então está aí para todos verificarem e se necessário corrigirem as lanternas de seus Puma. Como muitos podem não entender o grafismo de medição utilizado em desenho arquitetônico, coloquei as medidas de uma forma mais clara e fácil entendimento. Lembrem que a base para a medida da lanterna foi tomada o centro dela no comprimento e na altura, porque ela é arredondada.