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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Puma GTE 1972 - Referência de originalidade

Este Puma GTE 1972, preservado por muitas décadas, foi restaurado há pouco tempo, pelo meu amigo Sergio Fontana, da Atlas Acessórios, sempre mantendo suas virtudes originais. Hoje o Puma pertence a outra pessoa, um colecionador.
Uma questão que gera muito desconforto é quanto a lanterna de Ford Corcel na dianteira, uma grande polêmica, pois existem fotografias de época de 1971 com Puma já tendo essas lanternas, mas ao mesmo tempo, Puma GTE ou GTS de 1972 tem as antigas lanternas de Fissore, embaixo dos para-choques. Foi um tempo de transição, pois a Puma foi obrigada a posicionar as lanternas dianteiras a 40 cm do solo, uma exigência da legislação Suíça e por boa parte da Europa, para onde seriam destinados mais de 100 veículos.
A primeira opção de lanterna foi a utilização daquelas vindas no Corcel, que no Puma, ficaram parecidas com as mesmas do Dino 246 GTS. O problema é que as lanternas de Corcel só existiam no Brasil e seria mais um componente que a Puma deveria exportar como peça de reposição, encarecendo a manutenção do veículo. Acabaram optando pela lanterna redonda de motocicleta, no mesmo lugar, mas que era fácil de ser encontrada na Europa. Seria o mesmo conceito utilizados nos Puma brasileiros a partir de 1973, somente a lente da lanterna de moto fixada na carroceria e um suporte universal de lampada bipolar encaixado na fibra. Na Europa as lentes eram as antigas bicudas de moto.
Assim como na dianteira, a lanterna traseira recebeu o mesmo tratamento, a lanterna de VW Variant brasileira, não se encontrava no continente, então, acabou sendo substituída pela lanterna do Saab Sonet II, bem parecida com a brasileira e ainda economizando na lanterna de iluminação da placa de licença, que no Brasil era a singular lanterna do VW 1600 4 Portas e com as lanternas de Saab não haveria necessidade da sua inclusão, já que a própria lanterna continha em seu extremo, ao lado da luz de ré, iluminação lateral para a placa de licença.
Concluindo, alguns Puma do começo de 1972 podem ter a lanterna de Fissore, mas se for do segundo semestre, certamente terá as lanternas de Corcel.Como os vários moldes de carroceria deveriam atender os dois mercados, interno e externo, acredito, não é certeza, que as lanternas eram instaladas posteriormente a fabricação da carroceria. Como deveriam existir no estoque as de lanternas de Fissore, e isso em pequena fabrica como a Puma - era o início da grande jornada - não poderia se dar ao luxo de deixar centenas de lanternas somente para o mercado de reposição. Para quem fabricava 27 unidades por mês em 1971 e passou a fabricar 40 / mês em 1972 e com o novo Puma a caminho, as lanternas de Fissore e Corcel não tinham futuro para investir nelas, seja em estoque ou na permanencia. Portanto, é possível sim ter Puma 1972 ainda com lanterna de Fissore. Quanto aquele lanterna de Corcel vista em um Spider no anuncio de 1971, bem provável ser uma modificação caseira. Era comum as pessoas promoverem modificações em seus carros, como hoje em dia, mas esta deve ter ficado muito boa, que alertou a engenharia Puma. Apesar dos fabricantes não reconheceram, seus engenheiros são pessoas comuns que vivem na sociedade e estes tem um olhar bem apurado.
Começamos a enumerar os itens originais neste veículo, que serviram de base a outras restauraçãoes.
As fechaduras do capô dianteira eram de Fissore até 1972, depois vieram as da linha Chevrolet, bem parecidas, só um pouco maiores. A plaqueta de identificação fica à esquerda e o reservatório de óleo simples (não duplo) à direita. O tapete de cobertura do porta-malas era uma placa de laminado simples, com revestimento de courvin cinza.
A plaqueta utilizada em 1970, 1971 e 1972, o emblema Puma, a cara da fera com bigodes.
O reservatório de água do esguichador do para-brisa era simples, sem motor, pois seu funcionamento se dava através de ...
... Bomba manual de sucção de líquido, ou seja, uma sanfona de ar no pé esquerdo do motorista, idêntica àquelas utilizadas na linha VW. Somente a partir de 1973, a bomba com motor elétrico no reservatório foi introduzida.
O volante de 320 mm de diâmetro, parecido com o do modelo 1971, apenas a parte superior dos raios é arredondada, ante ao desenho anterior se demarcava o circulo central.
Os botões de abertura do ar e ao lado do sinal intermitente (pisca-alerta), que neste caso está errado, ele teria uma "cabeça" arredondada e vermelha.
A madeira com os desenhos dos veios fortes, bem acentuados, é na verdade uma chapa que era vendida com o nome de Duraplac, imitando diversos tipos de madeira, neste caso imitação de Jacarandá. Somente os modelos GTE e GTE Spider de 1971 e 1972 exibiam esse acabamento. Nos modelos anteriores 1969 e 1970, o painel era imitação de madeira Marfim.
Os instrumentos eram fabricados exclusivamente para o Puma.
O velocímetro com o emblema da época (1969 a 1972) e velocidade até 200 km/h.
Marcador de combustível.
E conta-giros sem nenhuma indicação de alerta.
O restante do painel continha: botão de lanterna/faróis, que neste caso deveria ser com a parte superior arredondada e não concava; limpadores de para-brisa, botão correto para chaves que são puxadas para cima, para modelos anteriores que tinham a chave que girava, o botão era em cruz; rádio opcional; emblema; e por fim o outro botão de abertura do ar interno.
O console tinha uma área própria para instalação opcional de três instrumentos ou adição de uma placa de madeira igual ao do painel. Próximo a alavanca, existia uma reintrância no console, que deixou de existir no modelo posterior. A bolota da alavanca de cambio, a mesma do VW Variant.
O porta objeto do console era fundo com uma depressão marcante no início e outra mais leve no final. Isso deixou de existir nos modelos a partir de 1973.
A forração da lateral de porta existia apenas uma costura formando um retângulo. A maçaneta do vidro vinda do Variant; a maçaneta de abertura da porta do Fissore e o puxador de porta exclusivo Puma, com uma fabricação muito artesanal. Ele era feito de fibra em sua base, revestido de courvin com três costuras formando um desenho e aplicado um friso de alumínio nas bordas.
As laterais de porta eram fixadas com parafusos de rosca soberba e arruelas niqueladas. Hoje em dia, muitos pensam que era um péssimo acabamento, mas na época era simbolo de esportividade, lembrando os bólidos das pistas, que não se preocupavam com a estética e sim com a funcionalidade.
As costuras das laterais traseiras, próprias dos modelos Puma desde 1968, apenas em 1970 no modelo GTE, o tecido (napa do Galaxie) do teto foi alterado para a cor preta.
Os bancos, iguais desde o início, mas que nos modelos GTE 1970 a 1972 ganharam os ilhoses de ventilação na parte central, que poderiam ser de tecido, um frezee, como opcional. Os bancos recebiam capas de fibra de vidro corrugada, tanto no encosto como na parte inferior. Essas peças eram contornadas por um friso de alumínio. No centro do encosto traseiro do banco existia uma roldana que girando reclinava o encosto.
O detalhe da parte frontal da peça inferior, com o esmero do friso indo até para debaixo do banco. 
A parte traseira dessa peça inferior do banco...
...Mostrando o detalhe que o friso vai para debaixo do banco.
Outro requinte dos modelos Puma desde 1968 até 1972 era o friso cromado no teto, simbolo de esportividade. As costuras traziam as faixas similares àquelas encontradas no banco.
A luz de cortesia era a mesma do VW Fusca, com três posições, desligado, ligado na abertura das portas e ligado direto. Os para-sois era fixados com peças de metal cromadas. O espelho interno o mesmo da linha antiga VW Variant/TL/1600 4p.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Puma GTE 1975 - Imagens para restaurações

 As fotografias são da Puma Veículos e Motores Ltda., nelas podemos nos basear para a realização dos vincos da carroceria na restauração. Atualmente muitos veículos Puma são vincados ao extremo e na verdade não era assim. Portanto, essas imagens devem ser seguidas para uma perfeita restauração.
Outros dados constantes nelas servem para balizarem os detalhes de acabamento e peças originais. Inventar borrachinha na lanterna de placa ou para-choques, e até pintar a saída traseira do ar interno da cor do carro, não são atitudes bem vindas na originalidade.
 Detalhes da pintura / polimento das rodas e limpadores são importantes para mostrar uma época.
 O capricho em uma restauração é copiar exatamente todos os detalhes originais, o resultado será reconhecido por qualquer amante da marca.
As imagens foram feitas no Parque Independência, em frente ao Museu do Ipiranga, local que a Puma adorava fotografar seus veículos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

MAIS UM - GTE 1972 Laranja

Mais um GTE 1972 originalíssimo e mais um na cor laranja. Este Puma GTE pertenceu a uma pessoa por longos anos, até que um dia, há pelo menos três anos, o meu amigo Sergio Eduardo Fontana conseguiu comprá-lo. O Sergio é o proprietário da loja Atlas Acessórios na Avenida Duque de Caxias, 601 a 611, em São Paulo-SP, que vende peças de veículos antigos, inclusive Puma.
 Há muito tempo o Sergio queria um Puma tubarão, até aí tudo bem, mas encontrar uma raridade dessa... O Puma estava completamente original, não faltava nada, coisa bem rara. Para aqueles mais antigos em nosso meio vão lembrar do GTE Spider duas capotas do Mateus Contim de Sorocaba-SP. Pois bem, o Mateus comprou seu Spider da mesma pessoa que o Sergio comprou. Na época que o Mateus comprou o Spider, também queria comprar o GTE, mas o proprietário recusou, para alguns anos depois passar para o Sergio.
 O GTE está em fase final de montagem depois da restauração da pintura. Vejam a madeira do painel, imitação de jacarandá; o volante com as curvas da parte superior dos raios; buraco grande do cinzeiro no console, denunciando ser cinzeiro de Kombi; tudo como sempre falei a vocês sendo itens originais.
No Encontro Nacional do Puma espero que este Puma esteja lá, para dificultar bem a premiação.
O flagrante foi registrado nas lentes do meu amigo Sylvio Fujioka.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Puma de amigo - GTE 1975

Quando vi pela primeira vez este Puma, nem conhecia o proprietário, parei na rua e fotografei, foi em 9 de março de 2007, depois publicado aqui em fevereiro de 2011, quando conheci o Dr. Walter Ramos, hoje muito amigo. Há um pouco mais de uma ano, ele começou a restauração, hoje, apresento o Puma quase pronto. O Walter é segundo dono e adquiriu este Puma em 1978, mantendo-o como parte da família até hoje.
A cor continua a original, Bege Alabastro VW 1974, uma linda cor... Ou seria a mais linda do mundo?!
Muitos podem perguntar sobre as rodas, conhecidas dos modelos Puma de 1976. Acontece que no final do ano de 1975, a Puma não tinha mais as rodas Estrela ou Cruz de Malta em estoque, porque já estava fazendo estoque das rodas do modelo novo a ser lançado em março de 1976. Então, a partir de 1° de outubro de 1975, todos os GTE e GTS utilizaram esse modelo de roda.
Como sempre utilizou o carro para pequenos percursos, nunca havia restaurado e nem bateu, o alinhamento da carroceria é perfeito.
Puxa, essa foto mexe comigo...
... Esta também. Se não fosse pela placa.
As rodas foram muito bem polidas pelo Henrique do Ipiranga.
Uma questão que paira no ar, as dobradiças do capô traseiro. Eu acredito que elas só chegaram no novo modelo de carroceria em 1976, mas algumas pessoas não concordam. Se utilizavam as rodas do 76, porque não as novas dobradiças. Tenho fotos de Puma GTE e GTS da fabrica, com as dobradiças bicudas, mas o ano de 1975 foi grande, doze meses, então, sem registros de fabrica, a dúvida ainda continua por mais momentos.
Não tem o que falar, a restauração ficou ótima e não recebe minha nota 10, porque questões de pequenos detalhes de trabalho de profissionais, que sempre questiono.
O emblema cara da fera não é original vindo no carro, o Walter trocou no concessionário na época.
Gostei de ver, que não foi colocado o espelho retrovisor no lado do passageiro, como era naquele tempo. Este entrou para o clube dos sem retrovisores direito. A antena, como era, do lado do passageiro e neste caso, aquela de base reta, para ser colocada em cima do para-lama. As outras eram de base em ângulo de 45, para serem colocadas nas curvaturas dos para-lamas.
O espelho retrovisor externo original e a calha de chuva...
... Também original, mas com um perfil de curva mais aberto que as utilizadas nos GT e GTE. Este é outra particularidade dos modelos coupês do último trimestre de 1975. Essa calha tem o mesmo perfil das calhas dos GTS, que utilizavam apenas no quandro do para-brisa. Como o perfil mais fino já não seria mais utilizado em 1976, não justificaria mandar fazer mais quantidades que ficariam em estoque. Devem ter deixado um montante para peças de reposição e começaram a utilizar aqueles do GTS, que deveria ter um estoque maior. O fabricante de perfis por extrusão, executa um pedido mínimo de 100 kilos e claro, como o GTS utilizava metade do comprimento da calha do GTE, deveria ter um estoque maior.
A soleira de porta em alumínio estampado, original desde os primeiros GTE, ainda estão lá, agora com um polimento prá lá de ótimo, passando até da forma apresentada na época.
Os bancos do modelo 1975 eram iguais dos anteriores 1973 e 1974, porém com uma forração e desenho diferente. Neste caso, utilizava os mesmos tecidos e courvin do futuro 1976 e costuras similares. Similar, porque os bancos do novo modelo mudou o formato do encosto.
O reclinador original, ainda com aquela tinta porosa (revestimento em pó para textura em metais), que foi utilizado nos porta-luvas de Fusca da década de 70.
Os cintos de segurança originais, o mesmo modelo utilizado pela VW no mesmo ano. Este modelo se fixava a fivela através de ímã. Para soltá-lo, bastava apenas puxar a peça com a cara da Puma para cima, que destravava. Fácil de afixar e soltar, mas tinha um problema, as vezes um esbarrão involuntário solva-o. Em caso de acidentes, esse esbarrão poderia acontecer e tirar a função do cinto. Como cinto de segurança não era obrigatório sua utilização, apenas tê-los, ninguém usava e pouco ligavam para isto. Nos Fuscas, existia uma peça plástica que instalada no ponto de fixação da coluna, ela segurava o cinto fechado e enrolado. Após alguns anos, os fabricantes aboliram esse sistema.
Outra particularidade só dos modelos 1975 em geral é o volante de três raios em forma de arco. Fabricado pela Panther, mas não com exclusividade para a Puma, tinha borrachas no acabamento das hastes junto com o arco revestido de courvin.
O Puma do Walter ainda tem a borrachinha na ponta do retrovisor interno, que encosta no para-brisa. Esse item, com o tempo, acaba sendo perdido. O espelho é o mesmo da linha VW Variant, TL e KG,  da época.
O porta-malas como manda o figurino, com  reservatório de água do lavador original, revestimento do porta-malas ...
... E a cinta para o estepe original. Essa fivela era utilizada pelos Dogde 1800 e Corcel.
A plaqueta original com a nova razão social da empresa, Puma Indústria de Veículos S.A., novo endereço, agora no número 4385 da Av. Presidente Wilson e novo desenho do logotipo da cara da fera, que neste caso não tem mais os riscos ao lado da face representando a sombra.
O motor, um 1600 normal, apenas com uma carburação um pouco melhor.
Pintura correta, apenas faltando o emblema Puma na caixa de ar. Distribuidor centrífugo correto e sistema de aceleração um pouco diferente dos carburadores Solex 32, aqui por causa dos...
...Weber 40!

O GTE do Walter já está com placa preta e ele nem sabe. O certificado de originalidade chegou hoje.
Mais um para brilhar nos próximos eventos e um sério candidato a premiação.